A organização do plebiscito nacional convocado para verificar se a população apóia ou não o ingresso do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) anunciou hoje que 98,3% das mais de 10 milhões de pessoas que votaram menos de 10% do total de 115 milhões de eleitores – são contra a participação brasileira. Na pesquisa, 98,5% disseram também ser contrários à utilização da base militar de Alcântara, no Maranhão, pelos Estados Unidos. Para representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que participou da organização do plebiscito, o resultado é uma demonstração de ?amor à patria? do povo brasileiro.
O plebiscito ocorreu entre os dias 1º e 7 de setembro e teve apoio de mais de 60 entidades civis, entre elas, alem da CNBB, o Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), além dos partidos políticos PSTU e o PCO, pois o PT recuou no último momento. No total, segundo os organizadores, votaram 10.149.542 pessoas de 3.894 municípios.
Os organizadores do plebiscito comemoraram o resultado. ?A participação foi um exercício de amor à nossa Pátria para que o Brasil possa ter soberania contra o imperialismo e o neocolonialismo. Dentro dessa campanha se coloca a política no lugar certo, em exercício do povo e para o bem do povo?, afirmou o representante da CNBB, dom Franco Masserdodi.
Um dos principais coordenadores do MST João Pedro Stédile, acrescentou: ?Milhares de brasileiros tomaram conhecimento sobre a Alca, algo que a elite queria que desconhecessem, foi um exercício de pedagogia?.
Segundo ele, 10 outros países latino-americanos realizarão plebiscitos, semelhantes a este, até abril do próximo ano – prazo limite para que os governos se manifestem sobre a Área de Livre Comércio das Américas.
