Plataforma nacional

A indústria naval brasileira vai construir o primeiro casco de plataforma semi-submergível, cujo projeto é de responsabilidade da Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep), empresa ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Trata-se da P-51, que deve operar no campo Marlim Sul, na Bacia de Campos, a partir de julho de 2007.

O projeto é um marco não só pelo orçamento de R$ 2,3 bilhões, a geração de até mil empregos diretos na região de Itaguaí (RJ), onde está localizado o estaleiro, mas porque toda a obra será executada no País, com um índice de nacionalização de 70%. Além disso, a decisão é o coroamento da primazia mundial ostentada pela Petrobras na extração de petróleo em águas profundas.

A plataforma consumirá cerca de 46 mil toneladas de aço, sendo mais de 90% fornecidos pela Cosipa. O governo do Estado do Rio fez sua parte para que a encomenda ficasse com a indústria naval sediada em seu território, mediante a renúncia fiscal de mais de R$ 100 milhões que a Petrobras deveria recolher de ICMS.

Os módulos de energia elétrica serão construídos pela Rolls-Royce num estaleiro de Niterói e os de compressão de gás pela Nuovo Pignonge, instalada na mesma cidade. A integração do casco à planta de processo e utilidades da plataforma será executada pelo consórcio Fels Setal Technip, cujo estaleiro localiza-se em Angra dos Reis.

A renúncia fiscal condicionou a encomenda do casco à Nuclep para evitar sua total paralisação. A empresa foi criada em 1975 para atender o programa nuclear brasileiro, e agora volta a operar com cerca de 80% de sua capacidade instalada. Com o projeto da P-51 deve faturar US$ 32 milhões, invertendo um ciclo de prejuízos anuais de R$ 35 milhões.

Com a retomada de atividades por parte da Nuclep, na qual a União investiu US$ 500 milhões, projetos similares podem ser atraídos em benefício de milhares de trabalhadores e da recuperação da indústria naval brasileira. Um feito a ser comemorado.

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