A cevada cervejeira deve atingir área de cerca de 105.000 hectares na presente safra, um aumento de 15% em relação ao ano passado. O RS com 54.000 ha, continua sendo o estado com maior área plantada, seguido do PR (45.000 ha) e SC e SP (3.000 ha). Euclydes Minella, pesquisador da Embrapa Trigo, declara que o plantio está praticamente concluído, restando apenas uma pequena parte da área no sul do RS, sendo de 260.000 toneladas a estimativa inicial para a produção.
Em comparação com o trigo, a cevada é mais precoce, ou seja, completa o ciclo alguns dias antes, quando plantados na mesma época. Nas regiões de cultivo de cevada cervejeira, em geral, a cevada pode ser semeada mais cedo que o trigo. De acordo com Minella, tal precocidade é vantajosa pois está associada ao fato de que o produtor pode plantar as duas culturas na propriedade, não havendo conflito de uso de máquinas e equipamentos de plantio e colheita. Portanto, a retirada da cevada antes, é positiva por propiciar ao produtor a semeadura da cultura de verão (em geral soja) no início da faixa de semeadura recomendada.
O pesquisador destaca que, em termos de produtividade, a cevada pode render um pouco mais que o trigo na mesma região de cultivo, com custo de produção entre 5% e 10% menor. Outra vantagem está na liquidez do produto colhido. ?Como no País toda a cevada cervejeira é produzida sob contrato, uma vez colhida dentro do padrão de qualidade estabelecido, é adquirida imediatamente pela empresa contratante, pelo preço contratado antes do plantio?, explica Minella.
A cevada cervejeira
A cevada para fins cervejeiros, antes de mais nada, precisa passar pelo processo de malteação, que consiste da germinação das sementes em condições controladas de temperatura e umidade, por período de 3,5 a 5 dias, interrompida por secagem a altas temperaturas (torração). Para servir de malte cervejeiro, o grão de cevada tem de ser produzido em região apropriada para a finalidade e ser oriundo de uma cultivar de qualidade cervejeira. Isso, além de apresentar poder germinativo mínimo de 95% e teor de proteínas inferior a 12%.
De acordo com o pesquisador, há também outras características importantes para um malte de superior qualidade, que são a uniformidade e tamanho de grão, finura da casca, cor e cheiro característicos e boa sanidade (ausência externa e internamente de fungos e/ou outros microorganismos).
Indicações para a colheita
Na colheita, deve-se proceder de forma a manter o poder germinativo do grão, colhendo quanto mais próximo de 13% de umidade, melhor. Minella fala que a regulagem da colhedora é de fundamental importância de modo a evitar perdas por danos mecânicos (quebra, descascamento, etc.) e por grãos jogados fora na operação.
Importante também é fazer a entrega aos postos de recebimento logo após a colheita. Se houver necessidade de secagem, cuidado especial precisa ser dado ao controle da temperatura de secagem, para não provocar perdas de germinação.