Rio – O setor de saúde registrou perda de 5 milhões de usuários de planos de assistência médica nos últimos seis anos. A informação foi dada pelo presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo Almeida. Segundo ele, se for levado em conta o crescimento vegetativo da população nesse período, a perda será maior.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, Arlindo Almeida disse que é por isso que as empresas do setor de saúde estão defendendo modificações nos planos para permitir que eles fiquem mais baratos.
As propostas para incrementar o setor foram apresentadas ao ministro da Saúde, Saraiva Felipe. De acordo com Almeida, o ministro determinou que uma comissão técnica avaliasse a questão para verificar o que pode ser adotado.
Segundo Almeida, os planos de saúde são atualmente responsáveis por toda a atividade privada da área de saúde, ou seja, 90% do faturamento dos hospitais, das clínicas e dos laboratórios. "O que se propunha é que houvesse, além de outras medidas, uma possibilidade da segmentação da cobertura com planos mais em conta e que estivessem ao alcance da população brasileira. Uma das idéias era a flexibilização da parte ambulatorial, que não seria somente de consultas e de laboratórios e somente estariam fora alguns procedimentos de maior custo", afirmou.
Ele disse que, para reduzir os valores, deveria ser criado um plano que atendesse com consultas em todas as especialidades e exames de diagnóstico. Ficariam de fora outros procedimentos, como a hemodiálise e a quimioterapia de câncer, que, para ele, são tratamentos ambulatoriais.
"Normalmente, as pessoas vão ao médico, que as medica, e é suficiente. Então, seria um plano que resolveria em grande parte, porque não são todos que precisam de internação. E com isso se resolveria a maior parte dos casos". De acordo com Almeida, desse modo, haveria mais agilidade e o sistema funcionaria como uma espécie de medicina preventiva. "Atendendo rapidamente, evitam-se complicações no estado clínico e a necessidade de internação com gastos mais caros", completou.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, atualmente, cerca de 40 milhões de pessoas são beneficiárias de planos de saúde no Brasil.
