Cerca de 30% da população brasileira é formada por jovens entre 15 e 29 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Direitos fundamentais como saúde, educação e cultura estão entre os temas que mais preocupam essa parcela expressiva da população, segundo pesquisa do Sebrae e Instituto de Cidadania. A pesquisa, realizada com 3.500 jovens de áreas urbanas e rurais de 25 estados e do Distrito Federal, traz o tema violência como a principal preocupação ? 27% ? e, em seguida, o emprego, com 26%.
Esses temas, assim como cidadania, drogas, participação juvenil e oportunidades para os jovens em situação de exclusão estão no Plano Nacional de Juventude. Ele busca construir políticas públicas voltadas para os jovens e torná-las de responsabilidade do Estado. O plano foi construído com a participação dos jovens a partir de 33 audiências públicas realizadas por todo o país pela Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude da Câmara dos Deputados entre 2003 e 2004. Representantes de organizações da sociedade civil e especialistas também participaram da elaboração do documento.
Na avaliação da presidente do Conselho Nacional de Juventude, Regina Novaes, o plano tem amplitude para trabalhar os principais problemas enfrentados atualmente pela juventude brasileira. "O plano é algo amplo que pega desde os direitos fundamentais, direito à educação, a uma qualidade de vida condizente com seu desenvolvimento até questões específicas que são mais vulneráveis como, por exemplo, os jovens com deficiência", apontou.
Regina Novaes coordenou, nos últimos dias 10 e 11, em Brasília, uma reunião do Conselho Nacional de Juventude para discutir o Plano Nacional de Juventude. Novas discussões e audiências públicas acontecem para que o plano seja finalizado em março de 2006. Elas são coordenadas pela Comissão da Juventude Câmara .
"O objetivo é ir qualificando o plano até março, trazendo mais detalhes e mais fundamentação para ser votado e uma vez se tornando uma lei possa ser um marco na vida da juventude brasileira."
Para a presidente do conselho, uma condição para que a política se efetive é pensar a juventude como um segmento com demandas próprias e garantir que as necessidades dos jovens estejam contempladas no orçamento. "O que vai ser importante para que isso seja levado adiante é transformar essas questões em questões orçamentárias também, que na hora de fazer o orçamento da nação, dos ministérios, na hora de elencar as prioridades o jovem também seja prioridade", argumentou.