O Palácio do Planalto está preocupado com a possibilidade de o Congresso, a
partir de agora paralisar seus trabalhos e se limitar à Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) dos Correios. Por isso, o ministro da Coordenação Política, Aldo
Rebelo, vai procurar representantes dos partidos de oposição para tentar definir
uma agenda comum de votações na Câmara e no Senado enquanto a CPI segue seu
rumo.
"No momento, cabe separar a questão da CPI, tratando-a como uma
parte da atividade do Congresso", diz Rebelo. Entre os assuntos de interesse do
governo à espera de votação pelo Congresso estão as reformas tributária,
universitária e política a regulamentação das agências reguladoras e a aprovação
da Lei do Saneamento Básico, enviada recentemente à Câmara e ainda em regime de
consulta na Casa Civil.
"Independentemente do trabalho da CPI, queremos
que o Congresso prossiga com uma agenda comum, negociada com os presidentes das
duas casas, com o governo e com a oposição", afirma o ministro.
A
preocupação do ministro Aldo Rebelo com o funcionamento do Congresso baseia-se
no fato de que em 1992 a CPI de Paulo Cesar Farias, o PC, destinada a investigar
corrupção no governo de Fernando Collor, paralisou Executivo e Legislativo. E,
em 1993 1994, a CPI do Orçamento chamou tanto a atenção que a revisão
constitucional, prevista para o mesmo período, fracassou completamente. Na
época, a CPI foi conscientemente utilizada pelo PT, pelo PC do B de Aldo Rebelo
e por outros partidos de esquerda para interromper as atividades legislativas.