Planalto instala gabinete de crise para enfrentar greve

Na ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que embarcou para Washington; do vice-presidente José Alencar, que foi para Belo Horizonte; e d ministro da Defesa, Waldir Pires, que seguiu para o Rio de Janeiro, o Palácio do Planalto improvisou a instalação de um gabinete de crise para tentar administrar o que está sendo considerada uma grave crise política, por se tratar de uma insurgência de militares.

Também estavam fora de Brasília o ministro da Justiça, Tarso Genro, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Paulo Bernardo, do Planejamento, e o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. A reunião de emergência, realizada no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no quarto andar do Planalto, contou com a presença do chefe de Gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, a secretaria-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o ministro da Comunicação, Franklin Martins.

Ao ser comunicado da decisão de paralisação dos controladores de tráfego aéreo do Cindacta 1, de Brasília, o Comando da Aeronáutica, decidiu determinar, num primeiro momento, a prisão dos grevistas. Houve, no entanto, um alerta do Planalto, para que se tomasse cuidado com a medida para evitar um mal maior. E, então, reuniu-se o gabinete de crise. A ordem foi suspensa, uma comissão de negociação com a presença de representante do Ministério Publico seguiu para o Cindacta e uma reunião passou a ser realizada no Planalto.

Negociação

O Planalto informou que foi aberta uma mesa de negociações com o Alto Comando da FAB, para tentar ver como poderiam contornar o problema. Pela manhã, por mais de três horas, o ministro da Defesa participou de uma reunião com as autoridades do governo ligadas à aviação. Nesta reunião, que era para discutir as propostas de solução da crise aérea, atendendo a pedido do presidente Lula, acabou discutindo basicamente a mobilização dos controladores.

O brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, na reunião, apresentou a proposta de que os 22 aeroportos menores que têm militares controlando o tráfego aéreo em torres poderiam passar a ser operados por pessoal civil, da própria Infraero.

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