Brasília – Na ofensiva do ano eleitoral, o Palácio do Planalto deu início a uma forte campanha publicitária sobre as realizações do governo federal em cinco dos seis Estados mais populosos e no Distrito Federal. A propaganda será levada para os Estados onde há virtuais candidatos a presidente da República e onde a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu desgastes. A campanha custou R$ 20 milhões, foi feita pela agência Lew, Lara, e terá duração de 15 dias, de acordo com informações do Planalto. Foi desenvolvida de maneira a destacar as realizações do governo em cada Estado.
Ontem (3), dentro da ofensiva do governo federal para mostrar suas realizações, o presidente Lula lançou um pacote de obras de infra-estrutura em rodovias, hidrovias e energia que supera tudo o que fez nos três primeiros anos de governo. Em março, será leiloado o ramal Norte da Ferrovia Norte-Sul, com 720 quilômetros; em abril, aberta a concessão de oito rodovias no Sudeste e Sul e, em maio, ofertadas seis hidrelétricas, entre elas duas em Rondônia, que custarão R$ 20 bilhões. Os compradores poderão contar com empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), corrigidos pela TJLP mais 1,5% ao ano. Poderão ter, ainda, a sociedade dos fundos de pensão. Além do mais, na segunda-feira o governo dá início à operação tapa-buracos de 26.441 quilômetros de rodovias.
Dos seis Estados mais populosos, somente a Bahia, em quarto, não assiste à campanha na televisão, não a ouve no rádio nem a vê em outdoors. A Bahia, porém, não tem pré-candidato de nenhum partido a presidente da República. O programa Bolsa-Família, que será muito explorado como fator de realização social e apelo eleitoral na campanha à reeleição do presidente Lula – caso ele decida ser candidato – está presente em todas as regiões em que é feita a campanha.
Em São Paulo, onde são pré-candidatos o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra, ambos tucanos, as peças publicitárias do governo federal enaltecem, além do Bolsa-Família, os programas Universidade para Todos (ProUni), Brasil sorridente, Samu (Serviço Ambulatorial de Urgência), projetos habitacionais e de saneamento, de regularização fundiária, de alfabetização e a duplicação e recuperação da BR-116 (Régis Bittencourt), que liga São Paulo a Curitiba. De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo tem 37.032.413 habitantes.
O segundo Estado mais populoso do Brasil, Minas Gerais, com 17.891.494 habitantes, tem o governador Aécio Neves (PSDB) como pré-candidato à sucessão de Lula. Ali, a campanha publicitária do governo federal abordará os benefícios do Bolsa-Família – que segundo o governo alcançou 8,7 milhões de famílias em todo o Brasil -, o Programa de Financiamento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Luz para todos, as verbas para a construção do metrô de Belo Horizonte, a duplicação da Rodovia Fernão Dias e o apoio às universidades.
Terceiro Estado mais populoso, com 14.391.282 habitantes segundo o IBGE, o Rio de Janeiro tem como pré-candidato o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), feroz opositor do presidente Lula. No Rio, a campanha publicitária do governo federal chama a atenção para o alcance do Bolsa-Família, para as 450 mil vagas para carentes criadas pelo ProUni, para a retomada da indústria naval, a construção da plataforma P-50 da Petrobras os projetos de habitação, a melhoria dos aeroportos, a criação da Universidade Federal de Nova Iguaçu e a ampliação da Refinaria Duque de Caxias.
No Rio Grande do Sul, Estado com 10.187.798 habitantes onde o governador Germano Rigotto (PMDB) também é pré-candidato a presidente, a propaganda trata do Bolsa-Família, do Pronaf e do combate à seca, projetos habitacionais, prevenção à cárie, a recuperação e duplicação da BR-101 e a importância do ProUni.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), foi um dos primeiros aliados do presidente Lula. E agora, também quer disputar a Presidência da República. Por isso o governo federal também levou para o Estado sua campanha. Os 9.563.458 habitantes do Estado poderão ver pela TV, rádio e outdoors propaganda do Bolsa-Família, do Pronaf, do projeto de prevenção à cárie, da criação da Universidade Tecnológica, da grandiosidade de Itaipu e da recuperação da Régis Bittencourt.
A sexta unidade da federação a ver e ouvir a propaganda do governo federal é Brasília, que tem apenas 2.051.146 habitantes. De acordo com informação do Palácio do Planalto, a propaganda na capital é feita para que as pessoas, que vivem próximas do presidente, possam ver as realizações do governo federal. Elas aborda, como as outras, o Bolsa-Família, o serviço de ambulâncias, um projeto de esportes para alunos carentes chamado de Segundo tempo, a construção de casas e a reforma do Aeroporto. Brasília é governada por um político do PMDB que faz oposição a Lula, Joaquim Roriz; e tem um pré-candidato a presidente, o senador Cristovam Buarque (PDT), ex-ministro da Educação de Lula.
