A onda de ataques que aterrorizou o Rio deixou preocupado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu, durante todo o dia, informações sobre a evolução dos episódios. O fato de os ataques acontecerem às vésperas do réveillon e a três dias da troca de governo é considerado, no Planalto, um complicador para o combate às ações. Mas o presidente foi informado de que o governo estadual sabia que estava em andamento o planejamento de ataques – só não tinha dados concretos de onde e quando eles ocorreriam, o que dificultava a prevenção às ações, já que é impossível manter policiais em todos os pontos da cidade
Lula foi informado de que no Estado está funcionando um gabinete de gestão integrada, com pessoal de inteligência de órgãos como a Secretaria de Segurança Pública, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Forças Armadas, e que todas as ações estão sendo feitas para tentar coibir as ações. O presidente está convencido de que, com a chegada do novo governo do Estado, será muito mais fácil este trabalho integrado entre as inteligências.
As preocupações do governo federal, no entanto, não se limitam ao ano novo. A repercussão internacional dos episódios, na cidade cartão postal do País, com fotos em todos os sites dos maiores jornais do mundo, desagradou o governo brasileiro. As preocupações vão mais longe. Dia 18 de janeiro, está prevista a realização de uma reunião do Mercosul, no Rio, com a presença confirmada de 13 chefes de Estado e o presidente Lula, anfitrião do encontro. Há desconforto também porque o Rio será a sede dos jogos pan-americanos em julho.