O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu hoje que vai anexar a nova representação do Partido Liberal (PL) contra o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao processo que já está em andamento. O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), explicou que, dessa forma, os parlamentares ganharão tempo.
"Teremos o mesmo relator, vamos aproveitar os diversos depoimentos e, com isso, vamos apressar o processo", disse.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) explicou que as representações do PL contra Roberto Jefferson tratam de assuntos diferentes. A primeira delas alega que Jefferson quebrou o decoro parlamentar ao afirmar que deputados do Partido Liberal receberam dinheiro do suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão".
Na nova representação, que o PL protocolou esta semana, o argumento utilizado é que Roberto Jefferson teria mentido ao dizer que o líder do PTB, deputado José Múcio, participou de uma reunião para tratar sobre o "mensalão". Segundo a representação, Roberto Jefferson também teria quebrado o decoro ao utilizar, durante a campanha, dinheiro não declarado à justiça eleitoral. Além disso, o PL afirma que Jefferson estaria envolvido com uma quadrilha de roubo de cargas no Rio de Janeiro.
O deputado Ricardo Izar ressaltou que, apesar de unir os processos, Roberto Jefferson poderá apresentar novas testemunhas. "Eu vou anexar e vamos dar prazo para novas testemunhas e para a defesa prévia", disse. Ele explicou que o prazo para o conselho concluir o processo é dia 08 de setembro, mas pode ser prorrogado. "Eu posso pedir uma prorrogação de até 90 dias, mas a minha idéia é pedir só mais 10 dias", explicou o presidente do Conselho.