O excelente desempenho do setor industrial no primeiro semestre, sobretudo do setor automotivo, permite aos analistas otimizar os cálculos do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 5% este ano. O Bradesco revisou sua estimativa de crescimento do conjunto da riqueza nacional de 4,9% para 5,2% e, na mesma linha, o HSBC passou de 4,7% para 5,1%.
A perspectiva de crescimento deriva de alguns fatores que contribuíram de modo seguro para a retomada, tais como a queda dos juros e a expansão do crédito a taxas menos impactantes com prazos mais longos, a melhoria da renda e a ampliação da oferta de empregos.
Depois de vários anos de crescimento inferior à média dos países emergentes, o investimento produtivo no setor industrial nos primeiros seis meses do ano já é capaz de assinalar, com certa consistência, o ritmo de crescimento da economia brasileira como um todo.
Os analistas são unânimes em apontar uma curva ascendente no ritmo da produção industrial e esse aspecto dá respaldo à confiança dos que pretendem apostar suas fichas num desempenho acima da média.
No mês de julho, da mesma forma que havia ocorrido ao longo dos cinco meses iniciais, a indústria automotiva aumentou a produção em 20,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A conjuntura, segundo os economistas, justifica plenamente a convicção de que o ritmo de crescimento deve continuar elevado nos próximos meses, tendo em vista que o setor industrial de bens de capital está com a demanda aquecida.
O fator mais estimulante da forte demanda é a abertura de novas vagas no mercado de trabalho, com o rompimento de um longo ciclo de retração do emprego. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) fez uma sondagem empresarial no mês passado, constatando que 32% das empresas ouvidas têm planos de contratar novos trabalhadores.
Finalmente, há um horizonte promissor na vida de milhares de brasileiros desalojados do mercado de trabalho e esquecidos por um mercado que não mais necessitava deles. Com a volta da oportunidade de emprego, os cidadãos readquirem uma dignidade sem rival, a de ganharem o sustento de seus familiares.