O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) diz em seu boletim de conjuntura que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre do ano passado "sugere um bom começo para 2007". O PIB teve crescimento de 1,10% no quatro trimestre de 2006 em relação ao trimestre anterior. O Ipea prevê que, no primeiro trimestre deste ano, o PIB terá expansão de 3,5% sobre o mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, esse ritmo seria ampliado para 3,7% e nos últimos dois trimestres do ano o crescimento seria de 3,8%.
O texto diz que a expansão de 4,4% prevista para o setor agropecuário este ano seria resultado da combinação de uma boa safra de grãos, com aumento de 9%, com previsões de queda de algumas culturas importantes como café (-17%), cacau (-5%), laranja (-1%) e arroz (-3,5%). A previsão de crescimento da indústria de 4,8% neste ano "leva em conta um bom desempenho de todos os seus componentes". O boletim de conjuntura traz um cenário pelo qual efeitos defasados do câmbio fariam as exportações aumentarem em média, no período de 2007 a 2010, a uma taxa real de 5,2% ao ano, enquanto as importações cresceriam 11,7% ao ano.
Mesmo nesse caso, o superávit da balança comercial seria mantido em 2010 em US$ 30 bilhões. O cenário do Ipea prevê expansão do investimento de 8% ao ano, em média, até 2010, com a taxa de investimento (formação bruta de capital fixo) alcançando em torno de 23% a 24% do PIB em 2010. Nesse cenário, o PIB cresceria 4% em 2008, 4,4% em 2009 e 4,8% em 2010. "Enquanto a taxa de investimento não se aproximar de 24% a 25% do PIB, será difícil aspirar a um crescimento como aquele que outros países só atingiram realizando um esforço que o Brasil ainda está longe de ter feito", diz o boletim do Ipea, recomendando a redução do peso das despesas correntes como proporção do PIB.