O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (21) a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) anual para o período de 1996 a 1999. O PIB de 1995 foi incorporado à nova série, calculada com nova metodologia, mas manteve-se inalterado em 4,2%, já que não houve comparação com 1994 e, desse modo, não houve variação na taxa. O PIB de 1996 caiu de 2 7% (série antiga) para 2,2% (nova série). O PIB de 1997 foi revisado um pouco para cima, de 3,3% para 3,4%. O PIB de 1998 recuou um pouco, de 0,1% para 0,0. Já o PIB de 1999 diminuiu bastante, de 0,8% para 0,3%.

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Os resultados apresentados nas revisões anteriores ao ano 2000 contrastam bastante com os dados a partir de 2002, quando houve fortes variações no PIB para cima.

O coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto, alertou que é preciso evitar interpretações políticas em relação a esses dados. Ele fez a ressalva diante da insistência de jornalistas para comparações do governo Fernando Henrique Cardoso (cujos PIBs anuais decresceram na maioria com a nova série) e o primeiro mandato do governo Lula até 2005 (que mostrou crescimentos mais fortes no PIB em relação aos anteriormente divulgados).

Segundo Olinto, os resultados de 1995 a 1999 são comparáveis aos de 2000 a 2005, mas há alguns detalhes que devem ser levados em consideração. O principal deles é que os dados na nova série foram recalculados com uma nova base de ponderação, relativa a 2000, que elevou bastante, por exemplo, a participação do setor de serviços. Neste caso, caso a economia em anos anteriores tenha mostrado um desempenho pior deste setor, inevitavelmente o resultado foi revisado para baixo. Além disso, os segmentos do setor financeiro e da administração pública, que passaram a ser medidos com mais eficiência na nova pesquisa, tiveram maior relevância na economia em período mais recente.

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Além disso, segundo Olinto, o período a partir de 2000 incorpora novas pesquisas produzidas pelo IBGE, enquanto os resultados para os anos de 1995 a 1999 foram definidos por extrapolação dessas pesquisas.

"O IBGE vai apresentar os dados e não vai fazer comentários históricos", alertou Olinto desde o início. Segundo ele, "a gente não olhou os períodos, a gente fez as contas".

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Para o coordenador de contas nacionais, "extrapolar o uso desses dados pode ser perigoso". A gerente de contas trimestrais, Rebeca Palis, também afirmou, ao ser solicitada para fazer contas do crescimento médio do PIB nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, que "pode-se comparar (os números), é o melhor que a gente conseguiu fazer, mas não é totalmente comparável em termos políticos".