A executiva Nacional do PFL decidiu abrir processo disciplinar contra a senadora Roseana Sarney por ela ter declarado apoio público à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o candidato apoiado pelo partido, Geraldo Alckmin (PSDB). Sua candidatura ao governo do Maranhão, no entanto, não corre risco algum porque não haverá punição antes do segundo turno da eleição estadual.
Roseana pode ser punida com a expulsão do partido. Como não havia tempo hábil para que fosse cassada a legenda da senadora, os dirigentes mais irritados com a infidelidade de Roseana, como o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, preferiram nem falar em expulsão. Segundo um dos pefelistas que participou da reunião, o clima foi de muito constrangimento.
A decisão de não falar em penalidade foi tomada para não transformar Roseana em vítima. "A senadora e o diretório do Maranhão serão citados para que possam apresentar suas defesas", disse Bornhausen, ao lembrar que os prazos processuais só começam a correr a partir da citação da senadora.
Sobre a repercussão do processo disciplinar na candidatura da senadora ao governo do Maranhão, Bornhausen não hesitou: "Não estou preocupado com a eleição no Maranhão que para mim não tem o menor interesse. O que me interessa é a eleição nacional e eu apóio Geraldo Alckmin com muita honra." Ele lembrou que os dois candidatos ao governo do maranhão apóiam a reeleição do presidente Lula.
Em conversas reservadas, vários dirigentes do PFL afirmam que a atitude de Roseana em colar a sua imagem à do presidente Lula foi estimulada pelo pai, o senador José Sarney. Esses mesmos dirigentes vêem nisso um sinal de que ela acabará filiando-se ao PMDB após a eleição.