A operação Trânsito Livre deslocou, nesta madrugada, cerca de 200 agentes do País até a fronteira com o Paraguai. |
Quarenta e uma pessoas acusadas de envolvimento com ações criminosas foram presas na madrugada de hoje em Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. São 30 policiais rodoviários federais (prf´s), 10 intermediários e um policial civil acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, contrabando, facilitação de contrabando, prevaricação e tráfico de entorpecentes. Eles também podem responder por lavagem de dinheiro.
Batizada de Trânsito Livre, a operação realizada pela Polícia Federal deslocou nesta madrugada cerca de 200 agentes de várias regiões do País até a fronteira. As prisões iniciaram às 5 horas e ainda estão em curso. A expectativa é cumprir todos os mandados de prisão preventiva contra 40 policiais rodoviários federais, 14 intermediários e um policial civil nas próximas horas.
O grupo foi preso em suas residências e locais de trabalho. Dois patrulheiros tentaram fugir para o Paraguai, porém foram detidos na Ponte da Amizade. Também foram apreendidos R$ 8 mil num posto de fiscalização (supostamente provenientes de corrupção), computadores e documentos. Novos produtos podem ser apreendidos durante a execução dos mandados de busca e apreensão.
Os policiais são acusados de cobrar de R$ 250,00 a R$ 300,00 para liberar cada ônibus de compristas que retornava do Paraguai e passava pelos postos de fiscalização de Santa Terezinha de Itaipu (25 km de Foz) e Céu Azul (80 km de Foz) -ambos localizados na BR-277, única via terrestre de acesso à fronteira do Brasil com o Paraguai na região.
Segundo a PF, os sacoleiros arrecadavam o dinheiro e entregavam aos intermediários. Estes saiam na frente nos ônibus em automóveis para entregar aos policiais a propina e uma lista com o número das placas dos veículos que não deveriam ser fiscalizados. Conforme as investigações, o esquema funcionava desde 1999, mas ainda não há dados de quanto foi arrecadado.
Em nota oficial, a Polícia Federal comunicou que “dezenas de ônibus eram liberados diariamente”. Os ônibus geralmente estavam em comboios. As quartas-feiras e aos sábados as filas chegam a acumular em torno de 200 veículos justamente para dificultar a vistoria. (Agência de Notícias da Fronteira)