Mesmo depois de ouvir do ex-diretor de Engenharia da empresa Furnas Centrais Elétricas Dimas Toledo que a "lista de Furnas" não é autêntica, a Polícia Federal (PF) investigará as relações com os supostos destinatários do dinheiro. Toledo depôs durante cinco horas na superintendência da PF no Rio sobre a lista – que apresenta os nomes de 156 políticos que teriam recebido recursos de um suposto caixa dois de Furnas -, mas isso não foi suficiente para dirimir todas as dúvidas dos delegados Pedro Ribeiro e Praxíteles Praxedes. Os dois trabalham no inquérito que investiga denúncias feitas em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) sobre corrupção na estatal.
Também será realizada uma perícia na listagem para confirmar se ela é verdadeira ou falsa – o que é possível, apesar de o documento não ser original, diz a PF.
Um dos motivos para a demora do depoimento foi que os delegados perguntaram ao interrogado sobre as relações com cada um dos citados no documento. A listagem, registrada em cartório, tem nomes de políticos do PSDB, PFL, PPB, PL, PDT, PMDB, PPS, PRTB, PTB, PSB, Prona e PSC de vários Estados, ao lado de quantias em dinheiro que as campanhas teriam recebido do caixa dois de Furnas em 2002. Também consta da lista uma relação de empresas como fontes do dinheiro. A PF não descarta a possibilidade de chamar para depor nas investigações os citados no documento.
