A Polícia Federal está investigando denúncia do Ministério da Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural de que há possíveis falsificações entre obras de arte do acervo da Biblioteca Nacional que ficaram expostas no Museu do Louvre no ano passado. As 21 peças que foram exibidas durante as comemorações do Ano do Brasil na França chegaram ao Rio na manhã de hoje e serão periciadas amanhã.

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O delegado federal Deuler Rocha, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio-Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph), informou que tem duas linhas de investigação: as telas teriam sido falsificadas no Brasil, antes de serem levadas para a França, ou teriam sido trocadas no exterior.

"Amanhã os peritos vão dizer se realmente houve ou não essa falsificação. A sala da Biblioteca Nacional foi isolada por nós e o lacre será rompido por volta das 14 horas para o trabalho dos profissionais chamados pela direção da biblioteca", informou Rocha.

O delegado disse que, a princípio, a PF foi chamada para fazer a escolta das peças entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e a Biblioteca Nacional. "Durante esse trabalho é que foi levantada a possibilidade de falsificação".

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O editor e bibliófilo Pedro Corrêa do Lago, ex-presidente da Biblioteca Nacional, não foi encontrado hoje pela reportagem para comentar as denúncias. O editor demitiu-se do cargo em outubro passado, depois de ser denunciado por improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal.

Durante sua gestão foi publicada a revista Nossa História, com acervo da Biblioteca Nacional, sem licitação ou contrato com a editora responsável pela revista. Corrêa do Lago foi denunciado depois de pedir o registro da marca Nossa História, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em nome da Livraria Corrêa do Lago, que pertence a ele.

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Em julho, havia sido divulgado o furto de 200 fotografias do acervo da Biblioteca Nacional. Mais tarde, descobriu-se que o número de imagens chegava a 900.