No rastro do dinheiro apreendido com o PT, a Polícia Federal vasculha o submundo da contravenção. Antônio Petros Kalil, o Turcão, que controla a maior parte do jogo do bicho no Rio de Janeiro, é alvo da investigação federal. A PF suspeita que ele teria contribuído com parte da bolada de R$ 1, 75 milhão que o partido do presidente Lula arrecadou para comprar o dossiê Vedoin
A investigação apontou para a jogatina depois que os peritos da PF identificaram grande volume de notas de baixo valor no meio da dinheirama. As cédulas, de R$ 5 e R$ 10, estavam presas por cintas de papel com identificação de casas de apostas. Denúncia anônima apontou para o suposto envolvimento de Turcão
Ontem à tarde, o delegado Daniel Lorenz, chefe da PF em Mato Grosso, falou com certa parcimônia sobre Turcão. Não o apontou incisivamente como alvo direto da investigação, mas não o excluiu do rol de suspeitos. "Não posso afirmar que ele é ou não a pessoa do dinheiro, ele pode ser apontado", esquivou-se. "Isso é fruto da investigação, não temos ainda essa comprovação. Trabalhamos com uma das hipóteses, a do jogo.
Lorenz afirmou que Turcão não está colaborando na investigação. Ele disse que a quebra do sigilo telefônico e bancário do contraventor é uma possibilidade. "Se no desdobramento da investigação nós chegarmos à conclusão de que o Turcão é uma pessoa importante para revelar a origem desse dinheiro, é evidente que ele será chamado para depor.
O delegado reiterou que espera dar ‘uma resposta à sociedade’ antes do segundo turno das eleições sobre a origem do dinheiro que custou a cabeça de importantes quadros do partido do presidente Lula. "Não queremos nenhum fato novo nem antes e nem depois (das eleições)", declarou. "É tudo a seu tempo, não adianta apressar.