PF expede segunda-feira ao STF parecer da investigação do caixa dois

Brasília – A Polícia Federal envia segunda-feira (06) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório do inquérito do "mensalão". Com 22 volumes, 69 apensos e mais de 250 depoimentos tomados até agora, a investigação, todavia, ainda está incompleta porque algumas perícias, como as da contabilidade dos Bancos Rural e BMG, não foram concluídas e falta fechar o conjunto de provas contra alguns dos acusados de envolvimento no suposto esquema de distribuição de propinas com parlamentares da base aliada.

Por isso, a PF pedirá mais prazo para fechar as apurações, em consonância com o que é planejado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.

Até agora, após seis meses de averiguação, foram indiciados cinco suspeitos, entre as quais o publicitário Duda Mendonça, denunciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crime contra a administração pública. Pelo menos mais 30 outros estão listados para fins de indiciamento, mas a polícia deixará essa tarefa para o Supremo Tribunal, limitando-se a descrever os crimes atribuídos a cada um e os artigos penais violados. Entre esses candidatos a indiciamento, estão políticos – com e sem mandato, empresários, operadores do mercado financeiro, lobistas e funcionários públicos.

A relação de indiciáveis é encabeçada pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ter operado o esquema de captação de recursos, chamado "valerioduto", para abastecer o caixa dois do governo petista. Mas inclui outros personagens centrais do "mensalão", como o ex-presidente nacional do PT José Genoino e o ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento da legenda Delúbio Soares.

Está igualmente relacionado o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, suspeito de ser um dos abastecedores do caixa dois petista com recursos desviados de fundos de pensão. O ex-deputado José Dirceu (PT-SP) não figurará no rol de indiciáveis da PF.

Com a prorrogação, a PF espera concluir também as vistorias técnicas de toda a contabilidade bancária e fiscal nas empresas de Valério. Apreendidos em Minas Gerais, Rio e Brasília esses documentos mostram todas as entradas e saídas de recursos e os saques efetuados no Rural, BB e BMG por beneficiários do esquema.

Estão também na listagem de indiciáveis os 18 parlamentares que constam da lista de sacadores de recursos das empresas de Valério no Rural – seis deles sem mandato por terem renunciado ou sido cassados. Figuram ainda na relação a sócia de Duda Mendonça, Zilmar Fernandes da Silveira, além de diretores das corretoras e operadoras de valores Guaranhus e Bônus Banval, suspeitas de serem usadas no esquema de lavagem de dinheiro de caixa dois para siglas e parlamentares da base aliada.

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