PF deve indiciar esta semana envolvidos em dossiê

A Polícia Federal vai indiciar nesta semana uma parte dos envolvidos no escândalo da compra do dossiê contra políticos tucanos. Os indiciamentos devem recair sobre os personagens cuja participação já tem farta documentação: o ex-agente da PF e integrante do comitê de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gedimar Passos, o ex-integrante do diretório do PT em Mato Grosso, Valdebran Padilha – os dois presos no dia 15 de setembro com R$ 1,75 milhão destinado à compra do dossiê – e o ex-assessor de campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, apontado nas investigações da PF como o "homem da mala", que levou o dinheiro a Valdebran e Gedimar no hotel onde estavam hospedados em São Paulo. Não está descartado, no entanto, o indiciamento de outros participantes da operação.

Segundo uma autoridade que acompanha as investigações, o delegado Diógenes Curado Filho, responsável pelo inquérito que apura o escândalo, ainda estuda o enquadramento legal que dará aos indiciados, mas a tendência é que os três sejam enquadrados na lei de crimes contra o sistema financeiro, já que a operação dossiê envolveria uma operação ilegal de compra de dólares. Até o momento, apenas Gedimar Passos foi indiciado, por suspeita de crime de supressão de documentos.

As provas contra Hamilton Lacerda se avolumaram nos últimos dias. A PF acredita já ter localizado o chamado "telefone seguro" utilizado pelo ex-assessor de Mercadante. Trata-se de um pré-pago em nome de uma mulher e cujo uso foi intenso antes e durante a operação de compra. Muitas das chamadas registradas são para integrantes do comitê de campanha de Lula envolvidos no caso. As ligações cessam repentinamente após a prisão de Valdebran e Gedimar com o dinheiro.

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