Rio – A Polícia Federal desmontou hoje (6), no Rio de Janeiro, um esquema de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas, envolvendo o escritório de advocacia Zalcberg Advogados Associados, no centro da cidade. Segundo a PF, a fraude está estimada em pelo menos US$ 30 milhões e mais de 30 empresas podem ter se aproveitado do esquema, que existe há cerca de dez anos. As investigações da operação Babilônia tiveram início em junho deste ano.

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Segundo o delegado Algacir Mikalovski, o escritório montava empresas no Brasil e em paraísos fiscais, como Uruguai, Ilhas Virgens Britânicas e Panamá, para realizar movimentações financeiras ilícitas. Empresas nacionais remetiam dinheiro de caixa dois, à margem da fiscalização tributária, para empresas criadas nesses paraísos fiscais (offshores) para receber as remessas. O dinheiro voltava ao Brasil como forma de investimento, burlando as fiscalizações do país.

"Não há nada de errado em investir no Brasil, é bom, significa capitalização de divisas para o país. Porém, a origem e a forma fraudulenta como o dinheiro vinha para o Brasil constituiu o ilícito. Isso representa um grande prejuízo porque resulta de uma contabilidade paralela, à margem das receitas federal e estadual", afirmou o delegado.

Ele explicou que o dinheiro que retornava ao Brasil era investido em empresas criadas especialmente para completar o esquema. Elas eram montadas com um baixo capital social e recebiam grandes valores vindos do exterior. Essas empresas atuam, principalmente, no mercado imobiliário no Rio, através de empreendimentos e incorporações em bairros nobres da cidade.

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Segundo Mikalovski, o escritório de advocacia contava com o suporte de profissionais de contabilidade, de pessoas ligadas à Junta Comercial e à Receita Federal para montar as empresas no exterior. Ele afirmou que as investigações vão apurar como isso acontecia de forma detalhada. O delegado informou ainda que algumas empresas que se beneficiavam do esquema chegavam a pagar ao Zalcberg Advogados Associados US$ 5 mil mensais pelos serviços de criação e manutenção das empresas.

No Rio de Janeiro foram presos os sócios Chaim Zalcberg, Alcindo Barbosa e Thaissa Palaciano. Outro sócio, Antônio Wanis Filho, continua foragido. Outros suspeitos de envolvimento no esquema foram presos: Adailton Guimarães, Manuel Elídio Barreiro, Shirley Andrade Santos e Fabrício Silva. Além deles, Renato Bastos Rosa foi preso em São Paulo. Há ainda um homem de nacionalidade uruguaia foragido. Segundo a Polícia Federal, ele seria o responsável pela estrutura de apoio para montagem e manutenção das offshores no Uruguai. Ao todo, foram expedidos 30 mandados de busca e apreensão no Rio e oito em São Paulo.

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