Brasília ? A Polícia Federal continua investigando as denúncias registradas na lista que indicava parlamentares que teriam recebido recursos de Furnas Centrais Elétricas, mais conhecida como "lista de Furnas". O documento traz o nome de 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido doação ilegal, por meio de caixa 2. A maioria dos parlamentares citados era da base governista do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Uma equipe da PF colhe novos depoimentos em Minas Gerais para avançar na investigação.
Na semana passada, foi atestada a autenticidade do documento e das assinaturas, mas ainda não há comprovação sobre o seu conteúdo. Segundo a assessoria da PF, até agora nenhum parlamentar está sendo investigado no caso. Contudo, caso a investigação encontre indícios de que houve beneficiado de políticos, a Polícia Federal pode solicitar apoio do Ministério Público para obter novas informações, desde que haja autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque os parlamentares possuem foro privilegiado.
A lista de Furnas foi divulgada em outubro de 2005 e tinha a assinatura do ex-diretor de Engenharia da estatal Dilmas Toledo. Em depoimento na CPI, Toledo negou e acusou o loobista Nilton Monteiro, o autor da lista. "É montagem ou falsificação", disse Toledo. A perícia da Polícia Federal agora mostrou que a assinatura do documento era mesmo de Dimas Toledo. O relatório final da CPI dos Correios chega a citar que a lista era uma falsificação, mesmo sem dar dados objetivos para esta conclusão.