No segundo dia da operação Morpheu, a Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira (09)aproximadamente 65 quilos de pasta base de cocaína, em um sítio onde funcionava uma laboratório de refino da droga, em Conceição de Macabu, norte fluminense. O terreno fica em um assentamento do Incra. Ontem, os policiais tinham encontrado 20 quilos de pasta base e outros sete de crack. No mesmo dia, à noite, foram apreendidas 30 armas, a maioria pistolas, além de um fuzil AR-15 e de uma submetralhadora Uzi, e grande quantidade de munição.

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O total de pasta base de cocaína no local chegou a 85 quilos. A isso somam-se 25 quilos de pasta, 45 de maconha e 1,6 de crack, apreendidos ao longo de dez meses de investigação. Depois de misturado a outras substâncias, para a venda no varejo, cada quilo da pasta pode ser multiplicado por quatro. A PF estima que o laboratório era capaz de produzir até 15 quilos de pasta por mês e que a quadrilha faturava R$ 1 milhão no período, vendendo drogas em Macaé.

As drogas e as armas estavam enterradas no sítio em canos de PVC com 200 milímetros de diâmetro e dois metros e meio de comprimento. A polícia levou uma retroescavadeira ao local, mas ela não foi usada e a busca foi feita com pás. O delegado federal Eduardo Fonte, de Macaé, disse que a escavação continuaria até a polícia ter convicção de que não há mais nada escondido. A PF espera localizar mais 20 ou 30 quilos de pasta na área.

"Acreditamos que essa era a principal quadrilha de tráfico de drogas do interior do Estado do Rio", disse Fonte ao Estado. A operação envolveu 250 agentes da PF e teve apoio da Polícia Militar. A Justiça concedeu 25 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. No primeiro dia, 12 pessoas foram presas. Hoje, o chefe da quadrilha, Rogério Rios Mosqueira, o Rophinol (nome de um remédio hipnótico), continuava foragido. Durante as investigações, 15 pessoas foram presas.

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Além de tráfico de drogas, a quadrilha é acusada também por pelo menos três assassinatos: o do secretário de Transportes de Macaé Fernando Magalhães; o de seu filho, Luiz Fernando de Miranda Magalhães, o Profeta, que esteve preso por tráfico de drogas; e o do sargento PM Sebastião Luiz.