Poucos segmentos do mercado internacional carregam em seu bojo tamanho potencial de inquietação quanto o setor de produção do petróleo. Diretamente relacionados com a cotação do dólar, a cada recuo da moeda norte-americana em relação à sua mais próxima competidora – o euro – os preços futuros do petróleo e derivados tiveram forte elevação.

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No meio da semana, os contratos para entrega em março foram fechados em Nova York a US$ 51,15 por barril, com alta de US$ 2,80. Os contratos de abril subiram para US$ 51,42. Em Londres, o petróleo Brent contratado chegou a US$ 48,62 por barril, com alta de US$ 1,87.

Estes são os valores mais altos verificados nas últimas doze semanas, mas a tendência prospectada pelos analistas não confirma uma onda duradoura de aumentos do preço do petróleo. O mercado entende que esta é uma ação fomentada por especuladores. Contudo, é um peso a mais na economia interna de países como Estados Unidos e Inglaterra, que gastam fortunas em combustíveis e óleo para sistemas de calefação, especialmente em invernos rigorosos como o atual.

O petróleo é uma commodity colada ao dólar, agora passando por sua mais grave crise de confiança. Caso o dólar continue a enfraquecer, é lógico supor que os preços do petróleo subam. Um dos cenários possíveis é a queda dos lucros das grandes empresas e a redução de gastos pelos consumidores, bem como a derrubada do mercado acionário.

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Na Europa, já houve queda das ações de empresas do porte da BMW, Volkswagen e Air France-KLM, por causa da grande sensibilidade dos papéis diante dos recuos da moeda norte-americana.

Especulação não menos inquietante é o rumor – negado pela Opep – da diminuição da extração de petróleo bruto nos países integrantes do cartel.

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