No início deste ano a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) perfurou um
poço para o abastecimento dos moradores da cidade de São Roque do Pinhal,
próxima a cidade de Jacarezinho, norte do estado. Só que o que eles encontraram
foi petróleo, e não água. Segundo João Horácio Pereira, geólogo gerente da
unidade de hidrogeologia da Sanepar, o petróleo foi visto somente 30 dias depois
da perfuração do poço. "Nas perfurações não tínhamos detectado o óleo. Somente
quando retornamos ao local é que percebemos, durante os testes de produção de
água do poço, que ele continha um óleo escuro muito parecido com petróleo",
diz.
Para comprovar que o líquido encontrado era petróleo, a equipe da
companhia encaminhou amostras para o Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento (Lactec), empresa que fez os primeiros testes que confirmaram a
suspeita. Depois da confirmação, a Sanepar encaminhou à Agência Nacional do
Petróleo (ANP) amostras do óleo e da rocha do local onde o poço foi perfurado.
"Visualmente e pelo odor que as amostras possuem a Agência já adiantou que é
realmente petróleo", diz Pereira. Segundo a assessoria de imprensa da ANP, as
amostras recebidas foram encaminhadas para análise. Os resultados serão
avaliados pela agência para futuras decisões sobre a necessidade de novos
estudos geológicos na área.
Nos próximos 60 dias a Sanepar vai perfurar
outro poço na região para captar água que abastecerá os moradores. "Como o poço
perfurado contém tanto água quanto óleo, a água não pode ser distribuída para a
população. Conhecemos geologicamente a região e sabemos que o próximo poço deve
ser mais raso para não encontrar a área que tenha óleo", diz o geólogo. Pereira
afirma ainda que o achado vai favorecer a economia da região. "Só o fato de ter
acontecido uma ocorrência de petróleo naquela região, já fomenta a economia. No
mínimo vão acontecer estudos no local do poço e isso trará uma série de
benefícios para a população e para o município", diz.
A região norte do
Paraná é geologicamente favorável a ocorrência de petróleo. "Existem pequenas
ocorrências nessa região, mas nunca foi encontrado algo que pudesse ser
economicamente rentável", afirma.