Petrobras vai investir na perfuração de mais dois postos em reservas profundas

Rio (AE) – O sucesso na perfuração do poço recordista em profundidade na Bacia de Santos animou a Petrobras que decidiu perfurar dois outros poços na mesma bacia em busca de reservas profundas de petróleo e gás Localizados nos blocos exploratórios BS-500 e BM-S-11, os poços devem atingir profundidades superiores a 6 mil metros. O recorde de perfuração atingido em agosto no bloco BM-S-10, foi de 6,8 mil metros.

O gerente de exploração da Petrobras, Paulo Mendonça, confirmou que os dois novos poços terão o objetivo de ultrapassar a camada de sal que separa as reservas conhecidas atualmente da rocha geradora do petróleo brasileiro. No poço recordista do BM-S-10, a estatal ultrapassou essa camada pela primeira vez em águas profundas, abrindo uma nova fronteira exploratória no Brasil, abaixo das regiões exploradas nos últimos anos.

O poço recordista encontrou indícios da existência de petróleo e gás abaixo do sal, mas a empresa ainda não informou o volume das reservas. A busca por objetivos cada vez mais profundos voltou a fazer parte da estratégia da estatal depois de duas décadas de atenção quase exclusiva aos reservatórios mais rasos, porém gigantes, na Bacia de Campos.

No BS-500, a empresa pretende chegar aos 6,7 mil metros de profundidade, segundo informou à Agência Nacional do Petróleo (ANP). O bloco foi concedido à estatal antes do fim do monopólio e já tem diversas descobertas de gás natural e petróleo de boa qualidade – contém parte das reservas gigantes, de até 400 bilhões de metros cúbicos, encontradas na Bacia de Santos em 2003, que triplicaram as reservas brasileiras do combustível.

Já no BM-S-11, o objetivo é atingir os 6 mil metros de profundidade. O bloco foi arrematado pela estatal na segunda rodada de licitações da ANP, em 2000, e fica na porção mais profunda da bacia, com lâmina d’água (distância entre a superfície e o fundo do mar) superior aos 2 mil metros. Ou seja, além da coluna de água, a empresa vai perfurar outros 4 mil metros de rocha até atingir o objetivo.

Há, na geologia, uma corrente que acredita na existência de jazidas gigantes de petróleo abaixo da camada de sal, que, em Santos, se localiza em profundidades superiores a cinco mil metros. Lá está a rocha geradora do petróleo, que migrou para camadas mais rasas ao longo dos milênios, mas há dúvidas sobre a existência de reservatórios que tenham segurado parte das reservas. Segundo Mendonça, os novos poços serão concluídos entre o final deste ano e o início do próximo.

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