Rio – O diretor de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse hoje (8) que pretende iniciar as importações de gás natural liquefeito (GNL) em até 30 meses. A empresa já abriu negociações com possíveis fornecedores e procura a tecnologia mais adequada para o mercado brasileiro. As importações de GNL foram aprovadas pela direção da estatal no mês passado, como uma maneira de reduzir a dependência do gás da Bolívia.
A tecnologia do GNL consiste em liquefazer o gás natural a baixíssimas temperaturas, permitindo o transporte do combustível em navios construídos especialmente para esse fim. Dessa forma, é possível buscar fornecedores em qualquer parte do planeta, reduzindo a exposição do País a apenas um fornecedor internacional. Hoje, cerca de 50% do gás consumido no Brasil vem da Bolívia.
A Petrobras terá que instalar centros de regaseificação próximos aos mercados consumidores do combustível. Inicialmente, a empresa estuda a instalação de pontos no Nordeste e no Sudeste.
De acordo com estimativas do mercado, a construção de um planta de regaseificação de GNL pode levar até 3 anos. A estatal tem a opção, porém, de alugar um navio regaseificador no mercado. "O problema é que o mercado está aquecido e está difícil encontrar equipamentos disponíveis", ressalva o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE).
Hoje (8), as espanholas Repsol e GasNatural anunciaram a encomenda de um navio gaseiro da companhia armadora Knutsen, mas a embarcação só será entregue em 2009, de acordo com nota distribuída ao mercado financeiro.
"O uso do GNL já foi aprovado e as negociações no exterior estão avançando", frisou Sauer. Na América Latina, o único fornecedor de GNL é Trinidad e Tobago, mas há opções na costa oeste da África. Dentre as vantagens do combustível, está a flexibilidade no suprimento. O Brasil consome mais gás justamente nos meses de menor demanda no hemisfério norte, quando as cotações internacionais estão mais baixas.
