Petrobras se conformou com pouco, diz mercado

O mercado recebeu mal as primeiras informações de que um acordo entre a Petrobras e o governo boliviano havia sido fechado com o valor de US$ 110 milhões. A Petrobras só negou a veracidade da informação no início da noite de quarta, divulgando, por meio de sua assessoria, que a situação permanecia a mesma e que continuava aguardando um acordo com os bolivianos até o fim do prazo estipulado, previsto para hoje às 12 horas (horário de Brasília).

A onda de especulações começou na Bolívia por volta das 15 horas (horário local) e logo repercutiu no Brasil. Analistas, especialistas e técnicos ressaltaram o fato de a Petrobras ter pago US$ 104 milhões pelas duas plantas em dezembro de 1999 e ainda ter investido nos últimos anos na modernização das unidades, responsáveis pelo abastecimento de todo o mercado de gasolina e combustível de aviação e pela maior parte do de diesel do país.

"O valor que pode ter sido fechado agora é baixo, mas não havia outra saída. Ir para arbitragem internacional iria ser um custo político muito arriscado para a Petrobras", comentou o professor da UFRJ, Giuseppe Baccocolli, antes do desmentido da estatal. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, Adriano Pires, o acordo nesses termos indicaria uma clara "vitória de Evo Morales". "A Petrobras fecha o acordo pela metade do que havia proposto inicialmente e o presidente boliviano, apesar de ter falado em valores de US$ 50 milhões e US$ 60 milhões, paga exatamente com o que queria, que era o valor patrimonial pelo qual as refinarias foram privatizadas. Foi um blefe de mestre ter feito oferta mais baixa. Ponto para ele."

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