A produção da Petrobras este ano deverá ficar 2% menor do que o previsto. A nova meta já reflete os problemas que a estatal enfrentou no primeiro trimestre deste ano (parada não programada de plataforma, atraso na entrada em operação de unidades), que provocaram queda na produção.
Segundo o gerente-geral de Estratégia e Gestão de Portfólio de Exploração e Produção da Petrobras, Hugo Repsold, essa queda no primeiro trimestre seria impossível de ser recuperada ao longo do ano para cumprir a meta diária estabelecida anteriormente, de 1,919 milhão de barris por dia. Com a revisão de 2% para baixo, a meta de produção diária agora é de 1,88 milhão de barris por dia.
Segundo ele, ainda nesse segundo trimestre, a produção também está apresentando problemas. Números divulgados hoje pela estatal indicam que a produção doméstica de petróleo declinou 1 77% em abril, para 1,779 milhão de barris diários, ante 1,811 milhão barris/dia em março.
O gerente acredita que essa queda, no entanto, será revertida no segundo semestre com a entrada em operação das plataformas P-52 e P-54 em setembro no campo de Roncador, na Bacia de Campos, e com Piranema, em julho, na Bacia de Sergipe-Alagoas. "Temos uma curva ascendente de produção projetada para o segundo semestre do ano. Vamos colocar em operação unidades para com capacidade para produzir mais 590 mil barris por dia, mas é claro que isso não significa que todo este volume será disponibilizado de uma vez só, e sim de maneira gradativa", explicou.
Prospecção
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, confirmou nesta terça-feira (15) que a estatal vai prospectar petróleo e gás em águas profundas em Portugal. A atividade já havia sido acordada pela Petrobras em memorando assinado em meados do ano passado com a portuguesa Galp. A ação da Petrobras em Portugal foi aprovada na reunião da diretoria na semana passada. O diretor não soube informar se a prospecção será feita somente com a Galp ou terá uma terceira empresa no negócio.
De acordo com o memorando assinado no ano passado, o direito de concessão será negociado diretamente com o consórcio, que será liderado pela empresa portuguesa. O período para a prospecção deverá ser de três anos. Pelas notícias divulgadas na época pela Galp, no consórcio, a Petrobras deverá entrar com a tecnologia e os portugueses com o financiamento. Serão quatro zonas de concessão.
Até hoje, só se procurou petróleo em Portugal em terra firme (on shore) e muito próximo à costa. As quantidades até agora encontradas foram insuficientes para garantir a exploração comercial. Essa será a segunda concessão de exploração de petróleo em Portugal. No ano passado a espanhola Repsol obteve o direito de procurar gás natural no sul do país, no mar do Algarve.