Foto: Arquivo/O Estado

 Estatal estima o crescimento anual do mercado de gás em 12%. 

continua após a publicidade

A Petrobras enviou correspondência para as distribuidoras de gás informando que estuda um aumento de 14,02% no preço do gás boliviano em janeiro. A informação foi dada por Zevi Kann, comissário-chefe da Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), a agência reguladora de gás do Estado de São Paulo. Segundo Kann, a estatal informou que o percentual ainda não é definitivo. ?Ele ainda está em estudo pela Petrobras?, diz.

Neste ano já foram aplicados dois reajustes no gás boliviano, o primeiro em setembro, de 13%, e o segundo em novembro, de mais 10%. Um pouco antes, a Petrobras havia enviado carta para as concessionárias informando que aplicaria o reajuste e que ele poderia chegar a 27%. No acumulado do ano, o aumento foi de 24,3%.

Ao mesmo tempo, segundo Kann, a Petrobras está propondo uma metodologia para pagamento das faturas que reduz o impacto da oscilação do câmbio. Como o preço do gás boliviano é em dólar, a conversão em moeda nacional é feita pela cotação do câmbio no dia de vencimento da fatura. ?O dólar pode subir por uma especulação exatamente no dia da fatura, o que traz muita instabilidade para as empresas?, afirma Kann.

A proposta da Petrobras é fixar um câmbio por três meses. No final do período é feita uma média ponderada entre as três cotações ocorridas nas três datas de vencimento da fatura. A média é ponderada porque o mês com maior consumo terá peso maior.

continua após a publicidade

?A Petrobras deve aprovar a medida em reunião de diretoria, por isso, ainda não houve uma proposta oficial para as distribuidoras, mas considero a idéia interessante por dar mais estabilidade ao setor?, disse o comissário da CSPE.

Por várias vezes, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, já deixou claro que, a partir do próximo ano, os reajustes nos preços do gás serão trimestrais e seguirão o contrato com a Bolívia, que prevê reajustes com base no preço internacional de uma cesta de óleos. A intenção da estatal é reduzir o crescimento do mercado para evitar uma possível falta do produto nos próximos anos. No seu plano decenal, a estatal estima o crescimento anual do mercado de gás em 12%, ou seja, abaixo do aumento dos últimos anos, que ficou acima de 15%. 

continua após a publicidade