Rio – A Petrobras reduzirá as exportações de gasolina pura e as importações de nafta para se adaptar à queda de 25% para 20% no teor de álcool anidro na gasolina. O diretor de abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, disse que haverá queda de 147 milhões de litros por mês nas vendas externas de gasolina da empresa e as refinarias tiveram que ser adaptadas para a nova composição do produto, sem necessidade de novos investimentos. As mudanças, no entanto, não devem alterar a previsão de superávit comercial de US$ 3 bilhões na conta de petróleo e derivados da estatal para este ano.
Segundo Costa, a Petrobras exporta 245 milhões de litros de gasolina pura a cada mês e reduzirá essas vendas externas para 98 milhões de litros, já a partir deste mês e enquanto perdurar a decisão de queda do teor do álcool na gasolina. Ele explicou que não há mudança na estimativa de superávit comercial porque, para manter a octanagem (número de octonas que evita o empobrecimento do produto) da gasolina mesmo com a redução do porcentual do álcool, a companhia deixará de adicionar nafta no produto.
Assim, haverá redução da importação de nafta em 43 milhões de litros por mês. Com a queda das importações da nafta, será mantida a previsão de saldo. O País reduzirá as importações mensais do produto de 200 milhões de litros para 158 milhões de litros.
No que diz respeito ao balanço da companhia, Costa avalia que o aumento do consumo da gasolina no mercado interno e a queda nas importações de nafta vão "zerar" o impacto da redução de exportações de gasolina no balanço da companhia, sem afetar o lucro da empresa.
Costa disse que o mercado interno de gasolina estará aquecido no Brasil neste ano. Segundo ele, a empresa está preparada para atender a qualquer crescimento de demanda. Ele preferiu não comentar a decisão governamental de redução do teor de álcool: "É uma questão que compete ao governo federal."