Os preços da Petrobras estão totalmente alinhados ao mercado internacional, segundo avaliação do gerente de Investidor Individual da empresa, Paulo Maurício Campos. A declaração do executivo pode ser entendida de que a empresa estaria descartando novos reajustes de preços no mercado interno. "O brent (barril de petróleo negociado na Bolsa de Londres) está na casa dos US$ 40 há mais de dez dias. Considerando esse preço do brent e a atual taxa de câmbio, os preços da Petrobras estão totalmente alinhados ao mercado internacional", disse, em chat (entrevista pela Internet) realizado no site da empresa hoje, para comentar os resultados do terceiro trimestre da estatal.
O executivo respondeu cautelosamente quando questionado se há forte probabilidade no curto prazo de um novo aumento nos preços dos combustíveis. "A Petrobras continua avaliando os mercados internacionais, e no médio e longo prazo continuará com seus preços alinhados aos parâmetros internacionais, evitando no entanto volatilidades de curto prazo."
Durante a conversa com os participantes do chat, Campos foi questionado se o não repasse ao consumidor dos recordes sucessivos nos níveis de preço dos barris de petróleo no mercado internacional tende a afetar os lucros da empresa. O executivo admitiu que no "curtíssimo prazo" podem ocorrer resultados negativos, especialmente no custo das importações, mas que o efeito é "totalmente revertido no médio e longo prazo". Mas Campos considerou que dificilmente o impacto negativo da ausência de repasse poderia influenciar significativamente os resultados da empresa referentes ao quarto trimestre desse ano.
A consultoria Tendências também detectou queda na defasagem de preços da gasolina e do diesel entre os mercados interno e externo. Segundo as analistas Fabiana Fantoni e Luciana Ujissato, a defasagem entre os preços interno e externo da gasolina passou de 20% para 7,2%, desde o último reajuste efetuado pela Petrobras em 15 de outubro até hoje. De acordo com as analistas, o mesmo movimento está ocorrendo com o diesel, cuja defasagem das cotações recuou de 23% para 10,5% no mesmo período.
Para a consultoria, a diminuição na defasagem de preços ocorreu devido aos recentes aumentos dos preços de gasolina e diesel realizados pela Petrobras (respectivamente de 4% e de 6% sem tributos) e recuo de preços de derivados de petróleo no mercado internacional, causado pela retração nas cotações de petróleo. Além disso, no mercado interno, as analistas observam que a apreciação do real frente ao dólar também contribuiu para reduzir a defasagem. A aposta da consultoria é de que, se houver outro reajuste no preço da gasolina, este será pequeno.