Rio de Janeiro – Quatro empresas brasileiras vão dividir uma fatia do mercado internacional de unidades flutuantes de perfuração, que são chamadas de sondas. Os contratos que prevêem a construção dessas unidades foram assinados hoje (31) com a Petrobras. O valor total dos contratos é de R$ 10,5 bilhões. As novas unidades, que serão afretadas (espécie de aluguel) pela estatal, deverão entrar em atividade até 2010.
Os acordos firmados com as empresas Norberto Odebrecht, Petroserv, Queiroz Galvão e Schahin Engenharia resultam de duas licitações realizadas exclusivamente entre empresas nacionais. Uma licitação é para afretamento por sete anos, prorrogáveis por mais sete, de quatro sondas com capacidade para operar a uma profundidade de até 2.000 metros, e a outra diz respeito a duas sondas cuja capacidade de operação chega a 2.400 metros de profundidade. Nesse caso, o contrato prevê afretamento por cinco anos, prorrogáveis por mais cinco.
De acordo com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, atualmente, existem apenas quatro grandes empresas atuando no mercado internacional nessa área. Para ele, com esse estímulo às companhias nacionais, vai ser possível ampliar a concorrência e equilibrar os preços.
?Estamos ampliando a capacidade mundial de fornecimento desse tipo de equipamento. E, se essa ampliação vai ocorrer, melhor que seja no Brasil. Hoje, algumas dessas empresas já têm uma, duas ou três sondas, e elas agora terão possibilidade de ter mais, o que vai gerar um aumento da oferta mundial desse tipo de equipamento?, explicou Gabrielli. ?Vai ajudar a equilibrar o mercado e a reduzir o aumento de preços que tem sido muito grande nos últimos dois anos?, acrescentou.
O gerente executivo de Exploração e Produção de Serviços da Petrobras, Erardo Gomes, que também participou da solenidade, na sede da empresa, no Rio, destacou que, com a licitação entre empresas nacionais, foi possível contratar serviços a preços 20% abaixo da média do mercado mundial. A operação de cada unidade de perfuração vai gerar cerca de 200 empregos. Uma das exigências da Petrobras para a realização da licitação era de que 90% da mão-de-obra seja contratada no Brasil.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, informou que as sondas deverão ser construídas fora do país, pois os estaleiros nacionais estão com excesso de demanda. ?Seria um impeditivo a construção no Brasil, por isso, a exigência não foi colocada nos editais. Nossos estaleiros estão lotados de obras?, afirmou.
De acordo com Estrella, as sondas são fundamentais para a execução do plano de negócios da empresa. Ele lembrou que, durante os próximos cinco anos, a área de exploração vai receber uma injeção de recursos ?muito grande?. Gabrielli disse que a estatal deve dobrar os valores atuais, atingindo aproximadamente R$ 8 bilhões de reais no período.
Atualmente, a estatal tem 27 sondas flutuantes em operação. Delas, 19 são afretadas e quatro, próprias. Segundo Guilherme Estrella, há ainda cinco em processo de negociação.
