O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, confirmou hoje que a empresa voltará a estudar o aumento das importações de gás boliviano. A alternativa será definida em prazo de 120 dias. "O maior entrave com a Bolívia, que eram os contratos de exploração e produção, foi resolvido. Os contratos foram assinados, legitimados, e permitindo um retorno adequado aos nossos investimentos. Isso torna o regime jurídico da Bolívia confiável", argumentou o executivo em entrevista após abrir o seminário "Cooperação Energética nas Américas", promovido pelo Cebri.
De acordo com Ildo Sauer, ainda não há definição de como será feita a expansão das importações. Técnicos do setor apontam três alternativas: a primeira diz respeito à melhoria do poder calorífico do gás importado pelo Brasil e não demandaria investimentos na malha de dutos. O segundo caso, que já foi estudado pela estatal, seria uma ampliação em quatro milhões de metros cúbicos por dia do gasoduto Bolívia Brasil. Esse volume adicional pode ser transportado apenas com investimentos em equipamentos de compressão no duto. Uma terceira opção mais audaciosa seria a construção de tubulações paralelas ao gasbol ou novas tubulações interligando os dois países.
O diretor da Petrobras admitiu que qualquer aumento das importações demandará investimentos nos campos produtores da Bolívia, uma vez que a capacidade local de produção já está toda contratada. Segundo ele, qualquer novo investimento em produção terá que ser definido pela estatal boliviana YPFB, que hoje controla a cadeia de petróleo e gás no país. A Petrobras Bolívia (subsidiária da Petrobras na Bolívia) pode fornecer novos volumes mas terá que negociar com a YPFB.
