Petrobras estuda projeto de GNL no exterior, diz diretor

O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse esta tarde que a Petrobras estuda a possibilidade de investir em plantas de liquefação de gás natural fora do Brasil. Segundo ele os estudos são ainda bastante embrionários e sequer devem entrar no planejamento estratégico da companhia para os próximos cinco anos, a ser divulgado agora em junho. "São alternativas de negócios que estamos analisando", afirmou, durante sua apresentação no seminário Mercado de Gás natural no Brasil, ocorrido hoje.

No mesmo evento, Sauer voltou a reiterar o interesse da Petrobras em instalar plantas de regaseificação do Gás Natural Liquefeito (GNL) nos Estados do Ceará e no Rio de Janeiro para atender especificamente parte da demanda das usinas termelétricas.

A idéia, segundo ele, é que a Petrobras garanta pelo menos a metade do lastro necessário pelas térmicas em 2009, algo em torno de 20 milhões de metros cúbicos por dia, com uma oferta firme de gás nacional. A outra metade – principalmente as plantas que dificilmente são despachadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) – seria atendida com GNL.

"Não faz sentido investirmos mais de US$ 5 bilhões para desenvolver as reservas da Bacia de Santos para deixar esse gás esperando por uma decisão do ONS. O mais prático é instalar plantas flutuantes de GNL para atender essa demanda de maneira interruptível", disse.

Ele descartou o risco, apontado por outros especialistas no mesmo seminário, de a Petrobras encontrar dificuldades no futuro com a contratação de GNL devido à elevada procura por esse tipo de combustível no mundo todo. "Isso não existe. Já estamos sendo procurados por empresas interessadas em nos fornecer esse tipo de combustível", afirmou.

Sauer disse ainda que a Petrobras pretende disponibilizar o lastro para as térmicas a partir do combustível mais vantajoso economicamente na ocasião. "Teremos uma cesta com vários produtos, como álcool, GLP, diesel e GNL para serem utilizados na planta termelétrica", argumentou.

Ainda segundo ele, a Petrobras mantém seus planos de converter as térmicas de Canoas (RS), Termorio (RJ), Termoceará (CE), Nova Piratininga (SP) e Ibirité (MG) para que possam operar com diesel além do gás natural. Por enquanto, segundo ele, somente Canoas e Termoceará receberam licenciamento ambiental para realizar a conversão.

Sauer descartou ainda a possibilidade de a Petrobras vir a participar do leilão de energia nova que acontece em 29 de junho com as térmicas Macaé Merchant e Nova Piratininga. "Teremos uma atuação pequena e discreta no leilão", afirmou.

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