O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, admitiu hoje a possibilidade de a estatal investir em uma unidade de liquefação de gás natural fora do Brasil. O objetivo, segundo ele, seria, além de comercializar o GNL no exterior, trazer o combustível para as duas plantas de regaseificação a serem instaladas no Brasil até 2009. Com isso, a Petrobras garantiria o abastecimento e poderia reduzir os custos de importação do gás liquefeito.
Segundo Sauer, a possibilidade está ?dentro da estratégia da empresa?. ?Há um consenso na diretoria da Petrobras que é bastante conveniente estudar projetos de GNL no exterior para vender lá e trazer o produto para cá. Mas essa idéia funciona hoje como filosofia e é uma idéia absolutamente correta?, disse, lembrando que ainda não existe nada mais efetivo relativo ao tema.
Por enquanto, segundo o diretor, a Petrobras vem discutindo com eventuais fornecedores contratos de aquisição do combustível para quando as plantas de regaseificação já estiverem instaladas. Segundo Sauer, já foram sondados os grandes fornecedores mundiais, como BG, BP, Repsol, Shell, Sonatrach, Quatar, Suez e empresas russas.
GNL em Paulínia
A Petrobras inaugura no próximo dia 14 de agosto a planta de Gás Natural Liquefeito (GNL) que instalou em Paulínia (SP). O projeto, que recebeu investimentos de US$ 50 milhões, é uma parceria entre a estatal (40%) e a White Martins (60%) criada há cerca de dois anos para cuidar da distribuição e comercialização de gás. A produção é exclusiva de uma unidade instalada pela White Martins ao lado da Replan. A idéia é que o GNL seja levado para regiões onde hoje o gás não chega, como o interior de São Paulo, norte do Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Sul de Minas.
A unidade terá capacidade para processar 380 mil metros cúbicos de gás natural por dia. O projeto chegou a ser questionado pela Comgás, detentora da concessão de distribuição no Estado de São Paulo, mas foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A cerimônia de inauguração em Paulínia deverá contar com a presença do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
Produção na Bahia
A Petrobras colocará em operação, nos próximos dias, o campo de Manati (BA), que produzirá seis milhões de metros cúbicos de gás por dia e praticamente dobrará a produção no Estado – hoje na casa dos cinco milhões de metros cúbicos diários. A informação é do diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer. A capacidade máxima do campo só deve ser atingida entre o final deste ano e o início de 2007, segundo técnicos da estatal. A produção de Manati é de fundamental importância para todo o Nordeste, especialmente porque viabiliza a operação da Termobahia, uma das usinas termelétricas que pode disponibilizar energia mais barata.
Localizado na Bacia de Camamu, no sul do Estado, o campo de Manati possui reservas de gás estimadas em 24 bilhões de metros cúbicos. O empreendimento, do consórcio formado pela Petrobras e Queiroz Galvão, recebeu investimentos de R$ 1 bilhão. A partir de 2009, quando estiver concluída a malha Nordeste de gasodutos previstos pela Petrobras, o gás de Manati também será levado para outros Estados limítrofes da Bahia, como Alagoas e Pernambuco.