Rio ? A auto-suficiência sustentada na produção de petróleo, quando a produção nacional ultrapassará o consumo do país, deverá levar a Petrobras a fechar o ano com um saldo superávit em sua balança comercial (exportações menos importações) da ordem de US$ 3 bilhões. A empresa estima alcançar a auto-suficiência provavelmente em abril.
Hoje (20), o diretor financeiro da petrolífera, Almir Barbassa, fez uma análise para jornalistas sobre o lucro recorde de US$ 23,7 bilhões verificado em 2005. Ele explicou que o saldo positivo de US$ 3 bilhões decorrerá do aumento significativo na exportação de petróleo e da esperada auto-suficiência, a partir da entrada em operação da plataforma P-50. Quando operar a plena carga, espera-se que extraia cerca de 180 mil barris por dia.
"Deveremos fechar este ano com uma produção média anual da ordem de 1,91 milhão barris por dia, para um consumo interno médio de cerca de 1,8 a 1,85 milhão de barris por dia. Como estaremos produzindo mais do que a nossa capacidade de refino, é natural que exportemos o excedente: algo em torno de 150 mil barris diariamente", explicou.
Barbassa disse que exportar cerca de 150 a 200 mil barris de petróleo e derivados, o que é esperado para esse ano, "significará uma superávit de cerca de US$ 3 bilhões".
O balanço da Petrobras indica que o crescimento de 13% na produção de petróleo em 2005 frente a 2004 (de 1,4 para 1,6 milhão de barris de média diária) contribuiu positivamente para a balança comercial. A exportação de petróleo aumentou 46% no ano e a de derivados 6%. Em contrapartida, as importações de petróleo caíram 22% e a de derivados 14%. Como conseqüência, a exportação líquida (sem considerar gás natural e álcool) foi positiva em 58 mil barris/dia ? contra os 150 mil barris/dia de importação (portanto saldo negativo) verificado em 2004.
Ainda assim, em função da qualidade do petróleo que a empresa produz, segundo Barbassa, verificou-se na balança comercial de petróleo e derivados um saldo negativo financeiro de US$ 130 milhões ? resultado praticamente nulo, segundo ele, se for levado em conta o fato de que em 2004 este saldo negativo chegou a US$ 3,1 bilhões. "Isto significa uma redução no dispêndio com importação da ordem de US$ 3 bilhões", destaca.