Enquanto não decide se vai repassar a alta do petróleo para combustíveis mais populares, como gasolina e diesel, a Petrobras continua aumentando o preço de insumos para outros setores importantes, como petroquímica e transporte aéreo. Hoje (1), a estatal informou a seus clientes que aumentou o querosene de aviação em 8,6%, para acompanhar a evolução das cotações internacionais. A nafta também deve subir, segundo executivos do setor, mas o porcentual ainda não teria sido definido pela empresa.

Os preços da nafta e do querosene de aviação são regidos por contratos assinados entre a Petrobras e seus clientes – no primeiro caso, as centrais petroquímicas e no segundo, as distribuidoras de combustível. A nafta é reajustada uma vez por mês e o querosene, a cada 15 dias.

Desde meados do ano passado, a estatal parou de divulgar os reajustes nos dois produtos desde outubro de 2003, quando promoveu redução nos valores de venda. De acordo com levantamento feito por uma consultoria especializada, o preço da nafta já subiu 42% desde o início do ano.

No caso do querosene de aviação, o produto passa primeiro por distribuidoras para depois chegar às companhias aéreas. As distribuidoras geralmente não repassam integralmente o reajuste promovido pela estatal. Desde o início do ano, a alta do combustível já acumula 33,2%, sem contar o novo reajuste, segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea).

No mercado de combustíveis automotivos, a espera por reajustes após a eleições é grande, apesar de a Petrobras continuar dizendo que ainda não se decidiu sobre alterações nos preços. A pressão pelo repasse da alta do petróleo, que chegou a bater nos US$ 50 esta semana, gerou uma série de boatos no mercado dando conta que os preços serão aumentados já na segunda-feira. Algumas distribuidoras reclamam que os pedidos de reposição de estoques dos postos aumentaram, já que os revendedores pretendem adiar a compra de produtos com novos preços.

De acordo com um executivo com acesso à Petrobras, os aumentos, se realizados na semana que vem, não seriam em grandes porcentuais, para esperar a definição do segundo turno das eleições. A estatal já rechaçou diversas vezes qualquer relação entre o preços dos combustíveis e o pleito municipal.
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