A Petrobras e a Shell terão que negociar a produção de parte das reservas encontradas pela petroleira multinacional na Bacia de Campos. Isso porque parte do reservatório invade uma área exploratória operada pela estatal brasileira. A Shell anunciou nesta segunda-feira (6) que já fez a licitação da plataforma e começará a produzir, até o fim da década, petróleo e gás do bloco BC-10, onde encontrou três reservatórios – Abalone, Ostra, Argonauta. Segundo o gerente do ativo BC-10, Paul Dorgant, a produção da parte que extrapola os limites de sua concessão terá que ser negociada com a Petrobras, segundo determina a Agência Nacional do Petróleo (ANP), em um processo conhecido como unitização de reservas.

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As conversas, no entanto, não devem ser complicadas, uma vez que a estatal é sócia do BC-10, com 35% de participação. Além disso, o campo vizinho, batizado de Jubarte, será usado pela Shell para escoar o gás natural produzido no complexo do BC-10. Dorgant disse que existe a possibilidade de encomendas de serviços e equipamentos junto à indústria nacional, apesar de a plataforma ser construída no exterior. Segundo ele, a holandesa SBM, que venceu a licitação para construir a plataforma, vai fazer apresentações do projeto à indústria brasileira.

Outra possibilidade de encomendas no Brasil são os equipamentos submarinos, que ainda não entram em licitação. A Shell vai produzir 100 mil barris de petróleo e 1,4 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia na região, que fica a cerca de 150 quilômetros de Vitória. É o segundo projeto de produção da multinacional no Brasil – o primeiro é o campo de Bijupirá-Salema, também na bacia de Campos. Em ambos, há parceria com a Petrobras. O executivo da Shell não quis adiantar quanto será investido no BC-10.

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