Petrobras diz que preço do gás natural está defasado

A Petrobras divulgou nesta segunda-feira (6) nota esclarecendo que "o preço do gás natural no Brasil está defasado em relação aos combustíveis que veio a substituir, provocando desequilíbrio entre a oferta e a demanda". Segundo a empresa, "uma das razões para a defasagem decorre do crescimento da demanda, mais rápido do que seria sustentável". De acordo com a nota, "é importante lembrar que a Petrobras vende o gás para as distribuidoras estatais e são elas que definem os preços finais e os reajustes para os consumidores residenciais, veiculares, industriais e para as termelétricas".

De acordo com a nota, a companhia manteve os preços do gás vendido às distribuidoras estaduais estáveis durante dois anos (de 2003 a 2005), "como forma de incentivar o consumo e ampliar o mercado do combustível. O que significa dizer que a Petrobras não repassou, para as distribuidoras, os reajustes ocorridos no preço do gás da Bolívia".

O comunicado à imprensa, que justifica um possível aumento do gás sem, em nenhum momento, anunciá-lo, diz que "é importante ressaltar" que o contrato assinado com a Bolívia tem uma cláusula denominada "take or pay" pela qual a Petrobras tem que pagar, trazendo ou não daquele país, por 24 milhões de metros cúbicos de gás por dia, enquanto o mercado estava exigindo apenas cerca de 10 milhões em 2003. Havia, então, diz o texto, a necessidade de criar mercado para a totalidade do fornecimento contratado, o que ocorreu em setembro de 2005, quando foi atingida a cota de 24 milhões de metros cúbicos/dia, prevista no contrato, e retirado o incentivo ao consumo, via reajuste dos preços para as distribuidoras.

Segundo a Petrobras, a demanda brasileira de gás natural está crescendo em torno de 17% ao ano, "uma das maiores taxas do mundo, exatamente porque o seu preço no mercado interno está defasado em relação aos demais combustíveis alternativos". Para atender a este crescimento, diz a nota, a Petrobras investe na produção interna, principalmente nas bacias de Santos, Espírito Santo e Campos e na importação de gás natural liquefeito (GNL).

"Com isso, a partir de 2008, a Petrobras estará aumentando progressivamente a oferta no mercado interno", avisa a empresa, acrescentando que hoje a oferta de gás no Brasil provém da importação da Bolívia, do gás que é produzido junto com o petróleo (gás associado) e, em menor proporção, pelo gás não associado ao petróleo. A partir de 2008, a Petrobras terá uma parcela maior de gás não associado e de importação de GNL, segundo a nota.

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