Os últimos dados disponíveis sobre o mercado de combustíveis apontam um aumento da concentração estatal no setor. Segundo números do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), a Petrobras Distribuidora (BR) deve fechar 2005 com 41,1% da fatia reservada às maiores companhias do ramo, quase o dobro da segunda colocada, a Ipiranga. Em 2001, a distância entre as duas eram bem menor: a BR tinha 31,8% das vendas e a concorrente, 23 1%.

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O crescimento deve garantir à empresa receita adicional de cerca de R$ 1 bilhão este ano, referente à parcela abocanhada nos últimos quatro anos. Para especialistas, o crescimento foi conquistado, principalmente, sobre as multinacionais do setor, que enxugaram as operações no Brasil. O exemplo mais claro foi a compra da rede de postos da italiana Agip, em 2004, que rendeu à BR mais 4% do mercado de combustíveis e a 3ª terceira posição no setor de gás de botijão.

Mas houve também um avanço sobre clientes das empresas que permaneceram no País, apontam os dados do Sindicom. Entre 2001 e 2005, a Esso, por exemplo, perdeu 4 pontos porcentuais. Texaco e Ipiranga, por sua vez, perderam 2 pontos porcentuais cada uma. As seis maiores do setor – a lista inclui ainda Shell e Repsol – dominam 77% das vendas de combustíveis no País, mercado que movimenta, ao todo, R$ 151 bilhões. O restante são empresas de pequeno e médio porte, não associadas ao Sindicom.

A Assessoria de Imprensa da BR informou que, nos últimos quatro anos, a companhia investiu R$ 2,3 bilhões, incluindo a aquisição da Agip. Desse total, R$ 873 milhões foram destinados à rede de postos.

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A companhia avança também no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão, no qual tinha participação irrisória até 2004. A Liquigás, comprada pela estatal no ano passado, foi a única entre as grandes do setor que cresceu em sua fatia de mercado, segundo dados do Sindigás, entidade que reúne as maiores empresas. Suas principais concorrentes, a holandesa SHV e a Nacional Gás Butano, de capital brasileiro, reduziram sua fatia. A líder Ultragás manteve-se estável.

O mercado de gás de botijão deve fechar o ano com uma retração de 0,7%, reflexo, principalmente, da queda de vendas para o mercado residencial. "Hoje, por causa da queda de poder aquisitivo, há muito mais gente queimando lenha em vez de gás", avalia o presidente da entidade, Sérgio Bandeira de Mello.

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