São Paulo – Embora a Petrobras ainda não tenha enviado carta às distribuidoras com o percentual de aumento no preço do gás natural para abril, fontes do setor calculam que o aumento será de 6,5%. Se esse porcentual for confirmado, o impacto para o consumidor paulista deverá ser muito pequeno, já que a agência reguladora do setor, a Comissão de Serviços Públicos de Energia Elétrica (CSPE) autorizou, em janeiro, uma antecipação do reajuste da Comgás e da Gás Natural São Paulo Sul o qual deveria ocorrer apenas em 31 de maio.

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Hoje, a Petrobras vende o gás natural às distribuidoras por US$ 4,93 por milhão de BTU, sendo que US$ 1,70 deste valor refere-se ao transporte. Como somente o gás terá reajuste de 10% e o transporte permanecerá com o mesmo valor, o impacto na conta da concessionária será de 6,5%. Esse é o valor calculado pelas distribuidoras e agentes do setor com base na tabela Platt’s, que traz a média dos preços de uma cesta de óleos dos últimos seis meses. "O reajuste não poderá ser acima desse porcentual porque essa fórmula é estipulada no contrato da Petrobras com a Bolívia e com as distribuidoras", afirmou uma fonte.

A estatal poderia não repassar toda a alta de preços do gás importado, mas essa hipótese parece pouco provável. O diretor de gás da Petrobras, Ildo Sauer, já reiterou diversas vezes que os aumentos serão repassados integralmente para as distribuidoras a cada três meses. O presidente da Petrobras chegou a afirmar que a elevação é uma forma de conter o aumento do consumo, atualmente bastante acelerado, na casa de 15%.

Desde que a Petrobras anunciou a mudança na sua política de preços, com repasses trimestrais da cotação do gás importado da Bolívia, já foram aplicados três reajustes às distribuidoras. O primeiro, em setembro, de 13%; o segundo, em novembro, de 10%; e o terceiro, em janeiro, de mais 14%. No caso de São Paulo, o repasse ao consumidor foi realizado apenas em janeiro, com percentual entre 7% para classe residencial e até 17,9% para a indústria.

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Diferentemente de outros Estados, em São Paulo a agência reguladora não permite o repasse imediato dos aumentos praticados pela Petrobras. A alta de custo das distribuidoras é lançada em uma conta e só pode ser repassada uma vez por ano. A Brasiliano teve o reajuste autorizado em dezembro, sua data-base mas as duas outras distribuidoras de São Paulo, Comgás e Gas Natural São Paulo Sul, só poderiam reajustar a tarifa em 31 de maio. A CSPE, então, antecipou parte do reajuste em razão desses três aumentos já praticados pela Petrobras.