O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, disse que a Petrobras tem que se responsabilizar por encontrar uma solução para uma eventual falta de gás, em função da decisão do governo boliviano de nacionalizar a exploração do produto. Segundo Rocha Loures, faltou competência do governo brasileiro e da Petrobras nas negociações internacionais e o resultado foi desastroso.

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"Existem normas internacionais que precisam ser respeitadas. A Bolívia tomou uma decisão unilateral criando um problema para o Brasil e o governo brasileiro e o Itamaraty parecem conformados", disse. Segundo ele, o presidente brasileiro deve ser mais enérgico. "Existem direitos e deveres. A Petrobras investiu na Bolívia e deve ter garantias disso. O assunto não pode ser tratado de forma política e ideológica", disse.  

Para o presidente da Fiep, a crise desencadeada pela decisão do governo boliviano revela a fragilidade do sistema brasileiro de fornecimento, que depende totalmente do abastecimento de gás da Bolívia.  "Depender de um único país como fornecedor é um risco muito grande, ainda mais quando este país não tem a menor estabilidade política", observa. Para ele, a situação gera incerteza quanto ao abastecimento, preço e regularidade no fornecimento.

De acordo com dados do Departamento de Energia da Fiep, em março último, o consumo médio de gás no Paraná foi de 767 mil metros cúbicos/dia, dos quais 680 mil foram consumidos pelo setor industrial.  O gás representa cerca de 3% de toda a energia consumida pela indústria paranaense.

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A discussão deste tema estará na pauta do Seminário de Tecnologias Energéticas do Futuro, que será aberto na noite de domingo (07), prosseguindo até terça-feira (09), no Cietep, numa promoção conjunta da Copel e Sistema Fiep. "Já estávamos preparando este evento há meses e esta crise, que coincide com a data do Seminário, só reforça a atualidade do tema", Frederico Reichmann Neto, consultor da Fiep na área de energia e coordenador do evento.

Segundo ele, a iniciativa na promoção do Seminário deve-se à preocupação do setor industrial com a iminente crise no abastecimento de energia. "Basta o Brasil retomar o crescimento de 4% ao ano do PIB que haverá um colapso no abastecimento porque nossas fontes hoje não suportam o crescimento da demanda", afirma Reichmann. Segundo ele, já em 2010 pode haver um colapso no abastecimento de energia.

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O Seminário vai reunir especialistas do Brasil e do exterior para discutir grandes temas como petróleo, hidreletricidade, energia eólica, energia nuclear, biomassa, energia solar, hidrogênio, células a combustível e conservação de energia. As inscrições podem ser feitas pelo site: www.stef.com.br