Rio de Janeiro – O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse nesta quarta-feira (14) que a estatal espera manter até 2019 a atual política de preços do gás importado da Bolívia, conforme acertado em contrato. ?A posição da diretoria da Companhia é a de que o contrato tem uma fórmula de reajuste de preço ? que varia de acordo com o preço do petróleo, de uma cesta de óleos combustíveis ? que tem que ser respeitada e preservada", disse ele.
"Esta é uma posição clara da Petrobras e de seus negociadores em ?ene? reuniões que já mantivemos no Brasil e na Bolívia. Ele é muito claro e deve ser respeitado até o seu final, em 2019?, completou.
Na avaliação do diretor, não há qualquer motivo para que a fórmula seja desrespeitada. O preço do gás foi um dos assuntos tratados pelo presidente boliviano, Evo Morales, em seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, em Brasília.
Atualmente, a Petrobrás importa cerca de 26 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia por dia ? embora o contrato preveja a importação de até 30 milhões ? e paga cerca de US$ 4 por milhão de BTUs (unidade térmica britânica, referência para medir o volume de gás).
O contrato firmado com a Bolívia prevê reajustes trimestrais do produto com base em uma cesta internacional de preços. Como o petróleo encontra-se em baixa no mercado internacional, onde vem oscilando nos últimos quatro meses em média em torno dos US$ 60 o barril, no início do ano, o valor pago pela Petrobras foi reduzido em 3,7% ? o que aconteceu pela primeira vez desde que o contrato foi assinado, em 1999. O próximo reajuste, mantido a formula atual, deverá ser concedido somente para vigorar a partir de 1o de abril.
Embora descarte a concessão de aumento para o gás importado da Bolívia, a Petrobras admite que poderá aumentar o preço do produto no mercado interno, uma vez que a demanda pelo produto continua crescendo significativamente.
Em entrevista concedida ontem, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, defendeu o aumento porque, segundo ele, o gás está sendo comercializado no país a preços bem abaixo dos seus principais concorrentes ? principalmente o óleo combustível.
Há uma corrente na Petrobras, inclusive, que defende o aumento do preço do produto como forma de frear o consumo, uma vez que o país produz menos da metade dos 54 milhões de metros cúbicos que consume diariamente.