Rio (AE) – A Petrobras saiu hoje (21) em defesa de seu diretor de Gás e Energia, Ildo Sauer, cuja demissão foi pedida na sexta-feira pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da CPI dos Correios. A estatal divulgou nota afirmando que "em momento algum responsabilizou quaisquer diretores pelos prejuízos decorrentes dos contratos" assinados no passado para a construção de usinas térmicas.
Na semana passada, a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, já haviam afirmado que Sauer não era o responsável pelas denúncias sobre um prejuízo superior a US$ 2 bilhões provocado pelos contratos.
Em discurso no plenário do Senado, Amaral acusou Sauer de usar "fogo amigo" e pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aproveitasse a reforma ministerial para retirá-lo do cargo. Hoje o diretor da Petrobras recebeu o apoio do ex-presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, para quem o senador está "completamente errado".
Segundo a Petrobras, os contratos com as térmicas foram assinados "em conseqüência do cenário de crise energética" vivido na época, antes do racionamento de energia de 2001. "Com a mudança drástica do cenário pós-racionamento que afetou todo o setor elétrico – redução da demanda, excesso de oferta e conseqüente queda dos preços da energia elétrica no mercado atacadista – os contratos tornaram-se desequilibrados econômica e financeiramente para a Petrobras", diz a nota divulgada pela empresa.
Para Pinguelli, os contratos com as termelétricas seguiam uma orientação política e também foram assinados na Eletrobrás: "Na minha opinião, a culpa não é dele. Ao culpar o Ildo Sauer pela divulgação da notícia ele endossa um erro estratégico do governo Fernando Henrique", concluiu.