A direção da Petrobras decidiu hoje prorrogar por um ano os atuais contratos com as agências de publicidade FNazca, Quê e Duda Propaganda, esta do publicitário Duda Mendonça, assessor da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Os contratos deveriam ser encerrados sábado (03). A decisão permite que Duda Mendonça e os colegas continuem com as contas da estatal até o fim da gestão Lula.
O valor do contrato não foi divulgado pela Petrobras. Este ano, o orçamento da estatal para publicidade foi de R$ 212 milhões. Cada agência recebeu 25% da verba. Os 25% restantes formam uma reserva administrada pela empresa.
Para justificar a prorrogação, a estatal alegou que, "diante do longo prazo exigido por licitações desse gênero, a direção da Petrobras decidiu aditar os atuais contratos até que a licitação seja concluída".
Numa nota curta, que não menciona valores, a Petrobras afirmou que a possibilidade de prorrogação do prazo dos contratos por até dois anos estava prevista na concorrência pública vencida pelas três agências.
Os aditivos aos contratos contêm uma cláusula de rescisão imotivada. Isso significa que, caso a nova licitação fique pronta antes do prazo de um ano, a estatal tem liberdade para encerrar os contratos com a FNazca, a Quê e a Duda Propaganda.
Preso num clube que promovia brigas de galos, no Rio, em outubro de 2004, Duda Mendonça é investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, onde prestou depoimento. A comissão tenta descobrir a origem e ao destino de, aproximadamente, R$ 400 milhões que Duda teria movimentado no BankBoston nos últimos cinco anos.
Esta semana, Duda justificou a transferência de R$ 10 mil para o ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares, em 2003, como sendo o pagamento de uma aposta. Duda teria apostado com Delúbio que o candidato do PSDB à presidente em 2002, José Serra, não chegaria ao segundo turno naquela eleição.
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