A Petrobras confirmou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a descoberta de mais um campo de petróleo no Brasil, batizado de Jandaia. Localizado na Bacia do Recôncavo Baiano, o campo concentra as reservas de petróleo de boa qualidade encontradas pela estatal na Bahia em setembro do ano passado. Na época, a empresa informou ao mercado ter achado 4,6 milhões de barris em um bloco exploratório chamado REC-T-41, arrematado em 2003, na quinta rodada de licitações da ANP. Depois da perfuração de um novo poço de testes, em novembro, a companhia confirmou a viabilidade comercial das jazidas. A estatal não informou se há volumes adicionais de petróleo no local.

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A descoberta foi comemorada pela empresa no ano passado por se tratar de um óleo mais leve, que produz derivados de maior valor, diferente do produzido na Bacia de Campos, que concentra mais de 80% da produção nacional. Atualmente, a estatal importa petróleo deste tipo para misturar ao extraído no País em suas refinarias. A meta da empresa é chegar em 2006 com um produção de óleo leve na casa dos 150 mil barris por dia, reduzindo a necessidade de importações.

Jandaia é o primeiro campo declarado comercial à ANP em 2005. No ano passado, foram oito – seis pela estatal e dois pelas petroleiras privadas El Paso, dos Estados Unidos, e Petrorecôncavo, do Brasil. A declaração de comercialidade significa que o concessionário se compromete a investir na produção das reservas.

A Petrobrás tem pelo menos mais três pedidos de declaração de comercialidade em análise na ANP, dos campos de Baleia Anã, Baleia Bicuda e Baleia Azul, todos na maior província petrolífera descoberta nos últimos anos pela empresa, o Parque das Baleias, na Bacia de Campos.

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Nenhum executivo da Petrobras foi encontrado para comentar o assunto – hoje não houve expediente na companhia. Jandaia é um campo terrestre, o que reduz os custos para ser colocado em produção. Além disso, por estar próximo a outros campos já em produção, como Rio da Serra, em uma região próxima do limite Norte da Bacia do Recôncavo, a empresa pode usar infra-estrutura de escoamento do petróleo já existente.

Berço do petróleo brasileiro, a Bacia do Recôncavo passa por um processo de revitalização, depois de passar duas décadas em segundo plano, período em que a Petrobras voltou suas atenções para a Bacia de Campos. É o quarto maior produtor de petróleo e gás do País, com pouco mais de 50 mil barris e cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A região atraiu a atenção de pequenas petroleiras nacionais, como a Marítima e a Petrorecôncavo, nos últimos leilões da ANP, e tem hoje uma intensa atividade exploratória.

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A própria Petrobras voltou a investir na área, revertendo uma estratégia imposta pelo governo passado de abandonar os investimentos em bacias maduras – onde a produção é menor – para se focar em grandes reservas. Por orientação do governo Fernando Henrique Cardoso, ANP e Petrobras deveriam incentivar a criação de pequenas companhias nacionais para atuar nessas regiões, onde custos e riscos são pequenos.