A Petrobras fechou nesta sexta-feira (6) uma captação de US$ 500 milhões por meio da emissão de títulos com vencimento em 10 anos. É a primeira emissão global desde que a estatal foi classificada pela Moody’s como empresa de baixo risco de crédito, o chamado grau de investimento, em outubro de 2005.
O diretor-financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras Almir Barbassa, acredita que a chegada da companhia ao seleto grupo de grau de investimento permitiu a redução significativa de seu custo da captação.
Há dois anos, a estatal não fazia emissões no mercado global. A última foi em 15 de setembro de 2004 e os papéis, também de 10 anos, ofereceram rendimento de 7,95% ao ano. Na operação de ontem o custo baixou para 6,185% ao ano. ‘Conseguimos uma redução bastante grande nesse período’, observou Barbassa.
Segundo a Petrobras, a demanda pelos papéis chegou a US$1,3 bilhão. ‘A ampla colocação dos títulos reflete o reconhecimento da qualidade do crédito da Petrobras nos mercados internacionais de capitais’, afirmou ele. Os recursos, segundo o diretor, podem ser usados para melhorar o perfil da dívida da companhia em títulos.
Referência de preço
‘O ideal seria retirar todo o passivo do mercado’, afirmou. Desde julho, a estatal já conseguiu amortizar US$ 1,2 bilhão em títulos com vencimento entre o início de 2007 e 2015, o que reduziu esse passivo de US$ 2,9 bilhões para US$ 1,7 bilhão no período.
Além de melhorar o perfil da dívida, a captação teve o objetivo de criar uma referência de preço para os papéis da companhia no mercado mundial. ‘Se a Petrobras fica muito tempo ausente (do mercado), os papéis perdem liquidez’, explicou Barbassa. Ele lembrou que, hoje, o caixa da companhia está confortável em US$ 10 bilhões, mas, no futuro, a empresa pode precisar acessar o mercado para financiar seus investimentos.
Barbassa disse, ainda, que a estatal não tem planos de novas captações em 2006. Este ano, a empresa fez captações no valor total de US$ 1,05 bilhão. Além da operação anunciada ontem, havia duas anteriores. A primeira foi em julho, de US$ 250 milhões, que completou uma operação anterior, de US$ 500 milhões para a construção da plataforma P-53. ‘Renegociamos a taxa, conseguimos baixá-la e, com o benefício da redução do spread, adicionamos os US$ 250 milhões à operação.
A segunda captação do ano ocorreu em setembro: uma emissão de títulos no mercado japonês no valor de US$ 300 milhões.
