Petrobras cancela novos investimentos previstos para Bolívia

A Petrobras suspendeu os investimentos previstos para a Bolívia. A informação foi confirmada pelo presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, ao comentar as conseqüências do decreto boliviano que nacionalizou a produção, refino e distribuição de óleo e gás naquele país.

A petrolífera brasileira possui na Bolívia duas refinarias e produz gás em dois campos bolivianos, além de manter postos de gasolina e participar do gasoduto Brasil-Bolívia. De 1996 a 2004, foram investidos quase US$ 1 bilhão naquele país.

Uma das primeiras medidas da Petrobras é suspender o processo de concurso para a compra de mais 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia, a partir de 2009, o que aumentaria em 50% a dependência brasileira em relação ao produto boliviano, que hoje é de cerca de 28 milhões de metros cúbicos.

Essa demanda de gás natural, segundo Gabrielli, deverá ser suprida com alternativas como a instalação de plantas de gás natural liquefeito (GNL) ou a agilização da entrada em atividade nos campos de gás de Santos e Espírito Santo.

"Fizemos uma série de propostas à YPFB (estatal boliviana de petróleo e gás) para projetos na Bolívia, como a participação da Petrobras em pólo gás-químico, em produção de fertilizantes, na rede de distribuição de gás para cidades bolivianas, em termoelétricas na Bolívia e na formação de mão-de-obra técnica. Tudo isso, apresentamos à YPFB, na forma de memorandos que não vão existir mais", disse Gabrielli.

Em 180 dias, a Petrobras terá que vender parte das ações de suas duas refinarias à estatal boliviana YPFB, já que agora o governo da Bolívia terá direito a mais da metade das ações de todas as refinarias bolivianas. Os impostos sobre a produção de gás naquele país também passarão de 50% para 82% do valor produzido. Entre 1996 e 2004, a Petrobras investiu quase US$ 1 bilhão no país.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo