Petrobras, Braskem e Grupo Ultra oficializaram ontem, em São Paulo, a compra do Grupo Ipiranga. O valor do negócio poderá chegar a US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 8,4 bilhões), incluindo a aquisição das ações de ex-controladores e de acionistas minoritários.

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Além de ser a maior aquisição de ativos privados envolvendo empresas brasileiras, o negócio marca o retorno da Petrobras aos investimentos no setor petroquímico. Segundo analistas, o negócio abre novo ciclo de reestruturação societária com participação da Petrobras na reorganização do setor na Região Sudeste, principalmente na Petroquímica União (PQU), em São Paulo.

Além disso, a Petrobras pode acelerar o plano de investimento no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um negócio de US$ 8 bilhões. ?Essa aquisição indica dois movimentos: a ação ativa da companhia na petroquímica e o aumento das sinergias na distribuição de combustíveis?, diz José Sérgio Gabrielli, presidente da estatal.

A compra da Ipiranga envolverá troca de ações e pagamento em dinheiro aos acionistas. Apenas os minoritários com ações preferenciais receberão em troca ações também preferenciais da Ultrapar Participações. A Petrobras anunciou que desembolsará US$ 1,3 bilhão. A Braskem buscará US$ 1,1 bilhão no mercado. O Grupo Ultra estima em US$ 1,6 bilhão a sua participação. Será a única a fazer emissões para sustentar as aquisições. Vai emitir 52,8 milhões de ações.

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Conforme o jornal O Estado de S.Paulo antecipou no domingo, o Grupo Ipiranga, como existe hoje, será desfeito até o fim do ano. O Grupo Ultra ficará com a marca Ipiranga e a distribuição de combustíveis líquidos nas Regiões Sul e Sudeste. Terá 15% da distribuição de combustível no País. A Petrobras ficará com a distribuição de combustível no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e dividirá com a Braskem a área petroquímica.

A área petroquímica será dividido entre Braskem (60%) e Petrobras (40%). Com a compra da Ipiranga Petroquímica, além de absorver nova capacidade de produção de resinas, Braskem e Petrobras ampliarão o capital na Companhia Petroquímica do Sul (Copesul). A divisão da Copesul também ocorrerá na proporção de 60/40 quando as empresas fecharem o capital da Copesul.

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Segundo José Carlos Grubisich, presidente da Braskem, a compra de 25,4% das ações da Copesul custará US$ 690 milhões. A Braskem vai controlar a segunda petroquímica no País. A primeira foi a incorporação da Copene, na Bahia. Na Copesul e na Ipiranga Petroquímica, serão investidos R$ 700 milhões.